Movidas por manter ou ampliar suas margens de lucro, as empresas que atuam na saúde pública não têm problemas de consciência sempre que precisam diminuir a qualidade dos serviços para não perder dinheiro.
As organizações sociais que atuam em hospitais e unidades de pronto atendimento não fogem à regra. Em Olinda (PE), médicos preocupados com a decisão da OS de diminuir a equipe nos plantões resolveram fazer um protesto contra a situação.
Foi na manhã da última terça-feira (21). A mobilização, denunciou a ameaça de redução do quadro de profissionais da unidade de saúde, que atualmente conta com 25 médicos e passaria para um total de 18. O ato foi promovido por médicos plantonistas da unidade de saúde juntamente com o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe).
De acordo com o diretor executivo do Simepe, Fernando Junior, a organização social (OS) Fundação Professor Martiniano Fernandes (Imip Hospitalar), responsável pela administração da UPA Olinda, decidiu reduzir o número de médicos e obrigar os médicos de plantão a se ausentarem para forçar a transferência de pacientes.
Uma média de 400 pacientes é atendida diariamente na UPA, localizada na Cidade Tabajara, e, segundo os profissionais, com a redução dos médicos, aumentaria o tempo de espera para se obter consulta. “São três profissionais no turno da noite e eles decidiram, de forma arbitrária e unilateral, diminuir para dois depois de mais de dez anos de funcionamento”, afirmou o secretário-geral do Simepe, oncologista pediátrico Tadeu Calheiros.
“Serão dois médicos para atender uma média de mais de 80 novos pacientes que chegam somente no período da noite, sem contar os pacientes remanescentes do dia, mais cinco salas de leitos da ala vermelha e dez salas de leitos amarelas, que são aqueles que necessitam de maiores cuidados; além das transferências. Com apenas dois médicos, vai trazer um grande prejuízo à população.”, alerta o secretário.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Pernambuco informou que a UPA de Olinda é administrada pela Organização Social Imip Hospitalar e que está em negociação para resolver a situação. A SES-PE também ressaltou que há um processo de licitação para um novo contrato de Organização Social para a unidade. Neste contrato, segundo a secretaria, estará previsto o redimensionamento do plantão de clinica médica noturno da unidade, e a expectativa é de que a mudança aconteça até o fim deste primeiro semestre.
