Após contratos nebulosos de mais de R$ 1 bi, Governo do Rio afasta subsecretário

Após contratos nebulosos de mais de R$ 1 bi, Governo do Rio afasta subsecretário

Sindserv 28 anos (139)

witzel

O fim de semana foi movimentado nos bastidores políticos do Governo do Rio de Janeiro. O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, anunciou no sábado (11) que afastou temporariamente do cargo o subsecretário-executivo da pasta, Gabriell Neves, responsável pelas compras e contratações emergenciais
no combate ao novo coronavírus.

Neves foi o responsável pelos processos administrativos envolvendo contratos com Organizações sociais e compras de equipamentos e leitos que somam R$ 1 bilhão. Logo depois que a Folha de S. Paulo noticiou as somas, as informações foram colocadas em sigilo de forma irregular.

Mais uma vez a imprensa noticiou e os documentos voltaram a ficar acessíveis nesta sexta (10). Uma sindicância foi aberta.

Esta é a segunda mudança na alta cúpula da Secretaria Estadual de Saúde do Rio vem meio à crise sanitária do coronavírus.

Como mostramos na semana passada, a subsecretária de Gestão da Atenção Integral à Saúde, Mariana Scardua, também foi exonerada por que vinha apresentando divergências com Neves no quesito compras e contratos.

Dentre os documentos que foram colocador irregularmente em sigilo estão os relativos à organização social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas). Com um histórico de má gestão em unidades de saúde, a empresa foi contratada por R$ 835 milhões para construir e administrar os 1.400 leitos dos sete hospitais de campanha no Estado.

Mais processos suspeitos
Além da contratação do Iabas, também se tornaram sigilosos processos que tratam da compra de respiradores, máscaras, testes rápidos, entre outros equipamentos para o combate à pandemia.

A pasta também afirmou que a licitação para a gestão de dois hospitais referência ao combate ao novo coronavírus poderá ser refeita após o subsecretário Jurídico do órgão, Felipe de Melo Fonte, detectar ilegalidades no processo de contratação.

A seleção relâmpago ocorreu um dia após a publicação no Diário Oficial, enquanto as regras estipulavam um prazo de dois dias para apresentação dos projetos. O gasto estimado com a gestão das unidades nos próximos seis meses é de R$ 91 milhões.

Afastado tem passado obscuro

O agora afastado subsecretário executivo de Saúde, o advogado Gabriell Neves, foi alvo de matérias que colocaram em cheque sua idoneidade.

Conforme noticiou  o Blog do Berta, Neves é acusado na Justiça de dar um golpe de mais de R$ 200 mil numa cliente idosa, que ficou sem o dinheiro de uma indenização conseguida após um processo que durou 12 anos.

Dobro do preço
Também de acordo com o jornalista investigativo Rubem Berta, a falta de transparência nas terceirizações e compras emergenciais não são o único problema envolvendo o caso. Segundo ele, “os hospitais de campanha do governo estadual irão custar, proporcionalmente, quase o dobro, por exemplo, do que a unidade que está sendo montada pela prefeitura do Rio”.

O repórter segue o comparativo com cálculos que demonstram as cifras superestimadas. “Ao contrário do Estado, o município decidiu que não uma Organização Social, mas a Empresa Pública de Saúde (RioSaúde) ficará responsável pelo hospital que está sendo montado no Riocentro. O contrato é de R$
151,2 milhões por seis meses para a implementação de 500 leitos. Ou seja, o valor mensal ficou em R$ 25,2 milhões.

No caso do estado, o contrato fala num total mensal de R$ 139,2 milhões por 1.400 leitos. Para efeito de comparação, a gestão Witzel pagará por mês o equivalente a pouco mais de R$ 9,9 milhões por cada 100 leitos. A gestão Crivella pagará cerca de R$ 5 milhões mensais por cada 100 leitos. Ou seja, o estado vai desembolsar proporcionalmente quase o dobro do município”.

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