EMPRESÁRIO ACUSADO DE DESVIOS POR PRÓTESES SUPERFATURADAS VOLTA PRA CADEIA

EMPRESÁRIO ACUSADO DE DESVIOS POR PRÓTESES SUPERFATURADAS VOLTA PRA CADEIA

Sindserv 28 anos (367)

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No último dia 5, a Polícia Federal do Rio de Janeiro prendeu, pela segunda vez, o empresário Miguel Iskin, apontado pelo por envolvimento em esquemas fraudulentos de venda de próteses superfaturadas via organização social Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).

Eles estava em liberdade desde setembro do ano passado, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes ter concedido um habeas corpus. Agora a Iskin teve a prisão decretada pela 2ª Turma da Corte.

Pesam contra ele suspeitas de ser o coordenador do direcionamento de contratações de material hospitalar, numa fraude milionária de desvio de recursos públicos dos cofres federal e estadual.

A prisão foi concretizada pelo Núcleo de Capturas da Polícia Federal do Rio.

Da primeira vez em que o empresário da Saúde foi parar atrás das grades tinha sido deflagrada a Operação Fatura Exposta, em abril de 2017. Mas ele também foi alvo nas Operações Ressonância e SOS, realizadas em julho e agosto de 2018.

No que diz respeito à SOS, as investigações revelaram prejuízo de R$ 52 milhões aos cofres públicos, por meio da contratação da organização social Pró-Saúde. Segundo as investigações, Iskin exigia o repasse de 10% de tudo o que fosse pago a fornecedores de hospitais públicos que administrava.

O empresário já é alvo de sete denúncias na Lava Jato do Rio e já tem duas condenações que somam penas de 47 anos e 4 meses de prisão.

Todo esse período que estava em liberdade, a PF prosseguiu nas investigações contra ele.

Desta vez, Iskin foi preso em casa e levado para a Superintendência Regional da Polícia Federal do Rio. Após passar por exames de corpo de delito, ele foi direcionado para a unidade de triagem do Sistema Prisional do Estado, onde deverá ficar em quarentena até ir para o presídio definitivo no Complexo de Gericinó.

A Pró-Saúde divulgou a seguinte nota ao site O Antagonista:

“A Pró-Saúde informa que, desde 2017, tem colaborado de forma irrestrita com as investigações e vem adotando ações para o fortalecimento de sua integridade institucional.”

Os males da Terceirização

Os contratos de terceirização na Saúde e demais áreas, seja por meio de organizações sociais (OSs), seja via organizações da sociedade civil (OSCs) são grandes oportunidades para falcatruas pelo encontro de intenções entre administradores dispostos a se corromper e prestadores que montam organizações de fachada para estruturar esquemas de ganhos ilegais para ambas as partes.

As fraudes proliferam pela existência de corruptos e corruptores, em comunhão de objetivos, mas também pela facilidade que esta modalidade administrativa propicia para a roubalheira. Gestões compartilhadas com OSs e termos de parceria com OSCs não exigem licitações para compras de insumos. As contratações de pessoal também tem critérios frouxos, favorecendo o apadrinhamento político.

A corrupção, seja de que tipo for, é duplamente criminosa, tanto pelo desvio de recursos públicos já escassos quanto pela desestruturação de serviços essenciais como o da saúde, fragilizando o atendimento da população em pleno período de emergência sanitária.


Reafirmamos…

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

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