É surpreendente a quantidade de manobras que as empresas contratadas como organizações sociais realizam para se dar bem com o dinheiro do SUS, economizando para lucrar ao máximo à margem da lei.
Um caso suspeito ocorrido em Santarém (PA), serve de exemplo. A Procuradoria Geral do Município, localizado no oeste do Pará, abriu uma sindicância para investigar possíveis irregularidades no uso de recursos, como mão de obra e equipamentos, exclusivos do Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS) e UPA-24h, no Hospital de Campanha.
As três unidades são administradas pela mesma organização social, denominada Instituto Panamericano de Gestão (IPG). No entanto, tratam-se de contratos diferentes. Enquanto o HMS e a UPA-24h é uma parceria com a Prefeitura de Santarém, o contrato referente ao HCS foi firmado com o Governo do Estado.
De acordo com a Procuradoria, a Controladoria Geral de Santarém solicitou esclarecimentos sobre o contrato de gestão do IPG, relacionado ao uso da lavanderia ou de qualquer outro equipamento pertencente ao mobiliário municipal, bem como a verificação de uso de aparelho respirador ou quaisquer outros equipamentos, medicamentos e servidores pertencentes à administração pública municipal e pagos com recurso do município em serviços que não sejam os prestados no Hospital Municipal e na Unidade de Pronto Atendimento/24 Horas.
O prazo das investigações é de 30 dias para esclarecer as possíveis irregularidades no uso dos recursos, com o objetivo de subsidiar esclarecimentos sobre o Contrato de Gestão do Instituto Panamericano em Santarém.