A insistência irresponsável da Secretaria Municipal de Educação de Santos em manter as aulas da rede municipal em formato presencial e híbrido tem custado muitas lágrimas.
A última vida ceifada é de uma auxiliar de Educação Inclusiva, contratada por uma organização social, que por sua vez foi contratada pela Prefeitura, para auxiliar as aulas na Unidade Municipal de Ensino (UME) Olívia Fernandes.
A profissional de apenas 37 anos havia iniciado na função no dia 24 de maio e, segundo o jornal A Tribuna, pegou Covid-19, que evoluiu rapidamente, a levando à óbito já no dia 3 de junho. Embora o resultado do teste ainda não tenha sido divulgado, ela tinha a suspeita da doença e a causa da morte foi registrada como insuficiência respiratória aguda.
Na mesma unidade, mais dois casos de Covid-19 foram confirmados. O mais absurdo é que nem mesmo o luto de educadores convença o governo de Santos a manter o ensino exclusivamente remoto até que toda a população seja vacinada.
A vida desta professora e de outras trabalhadoras não vão voltar. Alunos, pais e familiares dos funcionários, sejam eles servidores concursados ou terceirizados, continuam em risco de morte. E, mesmo assim, o Governo de Santos está convocando todos os profissionais do grupo de risco que estão trabalhando remotamente a voltarem a trabalhar presencialmente, mesmo os que ainda não receberam a segunda dose da vacina Covishield (Oxford/Astrazeneca).
Lembrando que o Brasil é o 2° país com mais mortes de crianças por Covid-19. Até o mês passado, perdemos 948 crianças de zero a nove anos.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos (SINDSERV) informa que somente na Educação já foram 5 funcionários mortos pela doença. Sem falar as pessoas que adoeceram indiretamente e que também foram à óbito.
Por tudo isso, a entidade sindical entende que não tem outra alternativa a não ser chamar a categoria e a comunidade escolar para se manifestar. O objetivo do ato, marcado para esta quarta (9), é repudiar e denunciar em espaço aberto, com distanciamento e com todos os cuidados sanitários, a irresponsabilidade do prefeito Rogério Santos (PSDB) em manter as aulas presenciais.
“Não podemos aceitar essa política assassina calados! Somos obrigados a ir para às ruas protestar porque os governos se mostram tão perigosos quanto o vírus!”, diz a entidade na convocação, marcada para às 11h, no Paço Municipal (Praça Mauá, Centro).