FALTA DE ASSISTÊNCIA ADEQUADA GERA INTERVENÇÃO EM SANTA CASA GERIDA POR OS EM BIRIGUI

FALTA DE ASSISTÊNCIA ADEQUADA GERA INTERVENÇÃO EM SANTA CASA GERIDA POR OS EM BIRIGUI

Sindserv 28 anos (725)

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Além de pouco transparentes e habitues do noticiário policial por escândalos de desvios de recursos públicos, as organizações sociais também são notórias má administradoras dos espaços e serviços do Estado que gerenciam.

Em Birigui, interior de São Paulo, temos mais um exemplo dessa ineficiência. Tanto que a Prefeitura de decretou a intervenção administrativa na Santa Casa da Cidade, que era gerida pela OS Santa Casa de Birigui. Embora tenha o mesmo nome do hospital, a OS é uma empresa e, como tal, visa auferir lucro. Lucro não combina com políticas públicas.

A intervenção administrativa durará por pelo menos 180 dias. A medida tem como objetivo restabelecer e assegurar um atendimento médico hospitalar digno à população usuária do SUS.

O prefeito Leandro Maffeis (PSL) garante que nenhum serviço será prejudicado e que nenhuma outra OS estará à frente do hospital, referência para 10 municípios da região, durante a vigência do decreto.

Com a intervenção, os atuais membros da diretoria da OS Irmandade da Santa Casa ficam afastados e desabilitados de suas funções. A gestão do hospital passa a ser do Executivo, com auxílio de uma Comissão de Intervenção, nomeada pela Prefeitura.

Dentre os motivos para a intervenção estão:

– a falta de assistência adequada e tratamento humanitário aos usuários;

– registros de reclamações na Ouvidoria Geral do Ministério da Saúde pela falta de profissionais e médicos;

– ausência de medicamentos e materiais;

– demora no atendimento;

– a recorrente recusa da entidade em receber pacientes do Pronto Socorro pela CROSS.

– Credenciamento irregular de UTI tipo 2, sendo que deveria haver aparelho de hemodiálise no hospital;

– o não saneamento de apontamentos do Tribunal de Contas;

– investigações em curso contra a entidade referentes ao desvio milionário de verba pública, desvendado pela operação Raio-X.

O decreto da prefeitura aponta ainda que a intervenção ocorre em virtude das irregularidades e falta de prestação de contas dos recursos repassados pela Prefeitura por meio de convênios e contratos, assim como também pela não retomada das cirurgias eletivas, previsto em convênio.

O prefeito Leandro Maffeis explicou que antes de determinar a intervenção, buscou diálogo por diversas vezes junto à direção da Organização Social de Saúde. Até notificações teriam sido enviadas na tentativa de sanar as irregularidades nas prestações de contas e para solucionar a demanda reprimida de cirurgias eletivas, mas não houve retorno da Irmandade.

O que ninguém responde é quem ressarcirá os cofres públicos referente aos recursos que foram embolsados pela empresa e não se reverteram em atendimento decente para a população? Como ficam os usuários que tiveram negados seus direitos constitucionais, como acesso à saúde de qualidade?

CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E CONTRA A PEC 32!

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos dos trabalhadores.

Falando novamente em ensino público municipal, a Educação Infantil tem cada vez mais unidades subvencionadas para entidades que recebem dinheiro público e não são fiscalizadas. A assistência social também tem sido rifada desta mesma forma pelo atual governo.

É evidente que todo esse processo de terceirização à galope em todo o Brasil traz como saldo para a sociedade a má qualidade do atendimento e o desmonte das políticas públicas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais da classe trabalhadora, aumento da exploração e acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais.

Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores, enquanto executores dos serviços ou enquanto usuários destes mesmos serviços. O modelo de gestão pública por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido sempre.

E vem aí a Reforma Administrativa por meio da PEC 32, em rápida tramitação no Congresso. O objetivo, como sempre, é simplesmente acabar com o serviço público como conhecemos e transformar as administrações em grandes cabides para contratação de indicados e cabos eleitorais com total respaldo da lei. Também vai, na prática, acabar com os concursos públicos.

O dinheiro público agora poderá ser desviado oficialmente para as empresas amigas, campanhas eleitorais e as rachadinhas (aquele esquema em que o político contrata alguém, mas exige que o contratado deposite parte do próprio salário na conta do político).

A Reforma não acaba com regalias, nem mexe com quem enriquece com elas. Ao contrário, mantêm os privilégios e os altos salários de juízes, políticos, promotores, diplomatas, cúpula dos militares e outros.

O único objetivo dessa Reforma é piorar os serviços públicos e atacar os servidores que atendem a população mais vulnerável.

Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos! Contra da PEC 32 e em defesa das políticas públicas!

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