Em seu editorial, o Jornal O Liberal, da cidade paulista de Americana, relata uma série de problemas que o Hospital Municipal passou a ter após ter a gestão entregue para uma organização social (OS).
Abaixo transcrevemos o texto, que também pode ser lido diretamente na página do jornal aqui.
Problemas no HM
Há alguns dias o LIBERAL tem recebido uma série de reclamações envolvendo o atendimento no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana. Parte delas se tornou notícia por aqui, como o caso em que uma família acusa a unidade de aplicar um medicamento equivocado em uma paciente idosa, ou a fuga de um homem do hospital que pode ter colaborado para sua morte.
No início do mês, funcionários do HM reclamaram da falta de efetivo, o que, consequentemente, gera sobrecarga – algo perigoso em um setor como o de urgência e emergência. Entre outras coisas, também criticavam problemas na farmácia da unidade, um reflexo do déficit de mão de obra no local.
Desde o começo do ano, o hospital municipal tem uma gestão compartilhada entre a prefeitura e a organização social Santa Casa de Chavantes. A contratação da entidade, que é responsável por outras unidades de saúde na cidade, se deu a um custo alto, de mais de R$ 100 milhões.
Aparentemente, no entanto, não há uma visão de que a qualidade do atendimento no hospital tenha evoluído para melhor. Pelo contrário, há críticas no sentido de que, após a mudança, a situação piorou.
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É papel da prefeitura cobrar uma alteração neste cenário e fazer valer o investimento. Americana tem um histórico de experiências desastrosas com organizações sociais na Saúde. Espera-se que esta não seja mais uma.
CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO!
Como se vê, terceirizar os serviços é fragilizar as políticas públicas, colocar a população em risco e desperdiçar recursos valiosos com ineficiência, má administração ou até má fé de entidades privadas.
Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.
Embora seja mais visível na Saúde, isso ocorre em todas as áreas da administração pública, como Educação, Cultura e Assistência Social. O saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.
Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.
Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos!