MÉDICOS SÃO DEMITIDOS APÓS DENUNCIAREM ATRASOS SALARIAIS EM HOSPITAL TERCEIRIZADO 

MÉDICOS SÃO DEMITIDOS APÓS DENUNCIAREM ATRASOS SALARIAIS EM HOSPITAL TERCEIRIZADO 

hosplabrea

Ao menos dez médicos do Hospital Regional de Lábrea (cidade localizada a 701 km de Manaus) foram demitidos na última quinta-feira (21), uma semana após realizarem uma paralisação por conta de atrasos salariais. O caso foi denunciado pelo vice-prefeito eleito do município, João Roberto (Podemos) que ainda acusou a Organização Social (OS) que administra a unidade de saúde, o Instituto Positiva Social, de negligência e omissão.

Em fevereiro deste ano a OS foi contratada pela SES-AM por mais de R$ 42 milhões. Naquela época esse instituto tinha outro nome: Instituto de Psicologia Clínica Educacional e Profissional (Ipcep) e o hospital já enfrentava problemas com atraso de salários.

Na semana passada, vários profissionais que atuam na unidade fizeram uma paralisação de quatro dias, mantendo apenas serviços de urgência e emergência em operação. Os trabalhadores alegam que não receberam os pagamentos dos meses de setembro, outubro e nem dos 21 dias trabalhados em novembro.

A administração comunicou o desligamento de dois cirurgiões, uma anestesista, uma pediatra, um ecografista e cinco clínicos gerais, que deixaram de atuar nesta sexta-feira (22).

Em meio a essas demissões começaram a surgir inúmeras denúncias de descaso na administração da unidade de saúde. Os relatos de negligência no hospital mostram principalmente o sofrimento dos pacientes que precisam aguardar várias horas por atendimento no Hospital Regional de Lábrea.

 

CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO!

Como se vê, terceirizar os serviços é fragilizar as políticas públicas, colocar a população em risco e desperdiçar recursos valiosos com ineficiência, má administração ou até má fé de entidades privadas.

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, OSs, organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes. No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.

Embora seja mais visível na Saúde, isso ocorre em todas as áreas da administração pública, como Educação, Cultura e Assistência Social. O saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos!