No último dia 16, a página do Facebook e Instagram Moro em São Vicente e Região publicou uma denúncia envolvendo um paciente idoso com câncer, vítima de falta de vagas para internação.
Segundo a página, o homem, em estado grave, está sendo mantido em uma cadeira na UPA Central de Santos porque não há leito disponível nem na unidade e nem em hospitais de Santos.
“Sem conseguir andar, respirar direito, e se alimentando por sonda, ele ainda enfrenta a fome e o abandono, pois sequer fornecem a ele a nutrição adequada. E o pior: a sonda que permite sua alimentação saiu — e até agora ninguém sabe o que fazer.”, diz a página, que informa ainda que o paciente pesa apenas 45 quilos, está visivelmente debilitado e com dores constantes.
A despeito da saúde vulnerável, o idoso estaria “jogado em uma cadeira, como se fosse invisível.”, finaliza o texto.
Entramos em contato com a página para tentar obter mais informações com a família do idoso e assim que possível atualizaremos as informações
Essa situação não é isolada. É reflexo de uma rede de saúde terceirizada sobrecarregada, mal gerida, sem estrutura e sem humanidade. Vale lembrar que a UPA Central é administrada pela organização social ficha suja Insaúde (Instituto Nacional de Pesquisas e Gestão em Saúde). No Ataque aos Cofres Públicos publicamos diversas denúncias de irregularidades e atendimento precário envolvendo a empresa e também envolvendo a UPA Central administrada por esta e outras OSs que por lá passaram.
Confira alguns links:
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CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO!
Como se vê, terceirizar os serviços é fragilizar as políticas públicas, colocar a população em risco e desperdiçar recursos valiosos com ineficiência, má administração ou até má fé de entidades privadas.
Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.
No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.
Embora seja mais visível na Saúde, isso ocorre em todas as áreas da administração pública, como Educação, Cultura e Assistência Social. O saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.
Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.
Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos!