Na madrugada deste domingo, 6 de julho, um grave acidente expôs as consequências da precarização da saúde pública sob gestão privada: o elevador do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (HOIOL), em Belém (Pará), desabou com cerca de 10 profissionais de saúde em seu interior. Localizado no bairro de São Brás, em Belém, o Hospital é especializado no diagnóstico e tratamento de câncer infanto-juvenil em pacientes de 0 a 19 anos.
O hospital, que atende crianças e adolescentes com câncer (de 0 a 19 anos), teve contrato firmado em 2022 pelo governador Helder Barbalho (MDB) com o Instituto Diretrizes, uma organização privada paulista que hoje controla seis unidades de saúde no Pará, com o valor milionário de quase R$ 70 milhões.
O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Pará (SATE) já vinha denunciando “os descasos e péssima condições de trabalho no hospital”, e terá audiência com o Ministério Público do Trabalho no próximo dia 16 deste mês sobre o assunto. Agora, uma tragédia anunciada se concretizou, colocando vidas em risco.
A privatização da gestão da saúde via Organizações Sociais (OS) não assegura eficiência: o lucro vem primeiro, e vidas humanas ficam em segundo plano.
Até o momento, nenhuma informação foi divulgada sobre o estado dos profissionais e as causas do acidente.
Nas redes sociais comentários ao post desta notícia mostram que esse não é o único problema de gestão na unidade. “Denunciem mesmo. Meu filho faz tratamento nesse hospital, Nos mãezinhas passamos como mentirosas quando fizemos vários protestos enfrente esse hospital. Tiraram tudo das nossas crianças, A alimentação é precária nesse hospital. Falta merendas para as crianças. Faltam toalhas, lençóis novos e muitos medicamentos que crianças precisam eles não liberam.
Veja o vídeo:
CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO!
Como se vê, terceirizar os serviços é fragilizar as políticas públicas, colocar a população em risco e desperdiçar recursos valiosos com ineficiência, má administração ou até má fé de entidades privadas.
Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.
No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.
Embora seja mais visível na Saúde, isso ocorre em todas as áreas da administração pública, como Educação, Cultura e Assistência Social. O saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.
Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.
Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos!