MÉDICOS TERCEIRIZADOS PROMETEM PARAR EM PROTESTO A ATRASO NOS SALÁRIOS

MÉDICOS TERCEIRIZADOS PROMETEM PARAR EM PROTESTO A ATRASO NOS SALÁRIOS

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Terceirizar a saúde é sempre ruim de muitas formas. Além da piora no atendimento, já que a lógica passa a ser a do lucro acima das vidas humanas, uma das consequências mais negativas é a precarização da força de trabalho com equipes reduzidas de profissionais de saúde, não atendimento de direitos trabalhistas, atrasos e até calotes no pagamento de salários. 

Em São Vicente já são três meses de salários atrasados para os médicos das empresas contratadas da Prefeitura. 

Por conta disso, nesta sexta, dia 31/10, a categoria deve paralisar as atividades. Os serviços de saúde, especialmente os da saúde mental (CAPS Mater, CAPS Rio Branco, CAPS AD, CAPS Infantil e CAPS Stamato), podem ser diretamente afetados.

A situação é recorrente e já ocorreu em abril deste ano. A Prefeitura optou por não abrir concurso público no setor, preferindo repassar milhões para as empresas terceirizadas TL2 Soluções Médicas e Med Plus. O dinheiro não chegou no prazo acordado na conta dos profissionais que atuam na linha de frente e as paralisações foram a arma usada pelos trabalhadores para terem seus direitos atendidos. No fim, o povo vicentino é quem paga a conta da irresponsabilidade.

CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO!

Como se vê, terceirizar os serviços é fragilizar as políticas públicas, colocar a população em risco e desperdiçar recursos valiosos com ineficiência, má administração ou até má fé de entidades privadas.

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.

Embora seja mais visível na Saúde, isso ocorre em todas as áreas da administração pública, como Educação, Cultura e Assistência Social. O saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão por OSs e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e deve ser combatido.