É fato mais do que notório que os vereadores santistas não fiscalizam os absurdos gerenciais que o Governo Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) comete contra a Cidade de Santos. Como fazem parte da mesma patota, a maioria apenas age por obediência ao prefeito. Mas, quando a coisa fica séria, alguns edis, especialmente aqueles em primeiro mandato, eventualmente acabam saindo da inércia.
Na última segunda-feira (18), o vereador Fabrício Cardoso (PSB), que há algum tempo recebe pressão de seus eleitores quanto à esculhambação escancarada na UPA Central, se viu obrigado a agir
O parlamentar anunciou que entrou com representação junto ao Ministério Público para denunciar a Fundação do ABC, a organização social que recebe R$ 20 milhões por ano para gerenciar a unidade. A denúncia envolve as cadeiras sem encosto, que ferem a dignidade dos doentes, obrigados a enfrentar longas esperas. Outro ponto é a falta de cadeiras de rodas, algo básico em qualquer equipamento de saúde.
Esses dois problemas são apenas a ponta do iceberg. Semanalmente, o Ataque aos Cofres Públicos conversa com os usuários da UPA e registra os mais impressionantes relatos negativos.
Histórias como a da promotora de maquiagem Alexandra Aparecida Silva Nascimento. Por três vezes ela já foi vítima da ineficiência do serviço terceirizado no local. A jovem conta que quebrou o pé em 30 de novembro de 2016. Por causa das dores, ela esteve na UPA em três datas. “Em nenhuma das vezes que busquei ajuda os médicos pediram radiografia. Se você fala ‘doutor, não é bom fazer uma radiografia?’, dizem que eles é que sabem dos procedimentos”.
Na terceira vez que Alexandra passou pelo ortopedista, ele foi taxativo e teria dito: “não tem mais nada a fazer por você aqui. Seu tratamento é pela policlínica”.
Sem conseguir o Raio-X, ela procurou a UBS mais próxima, marcou consulta no clínico, que a encaminhou para o Ambesp, onde conseguiu finalmente ter o pé radiografado. “Resultado: meu pé estava quebrado. Eu me acidentei em 30/11 de 2016 e fui descobrir que meu pé estava quebrado em 20/01 de 2017. O osso quebrou, colou errado e estava quebrando de novo por negligência dos três médicos da UPA que deveriam ter pedido uma simples radiografia”.
As experiências negativas da usuária dentro da UPA não param por aí. Ela ainda enfrenta problemas. Confira o relato da jovem e de outros usuários do serviço no quadro abaixo: