Indignado com uma espera por atendimento de 13 horas, um munícipe de São Bernardo do Campo resolveu relatar o martírio sofrido com seu filho na UPA Dias Alves, administrada pela Fundação do ABC.
O desabafo repercutiu na imprensa local. Um dos sites que destacou a história foi o ABCD Maior, Segundo a página, o pastor Mauro Gonçalves ficou 13 horas à espera até que seu filho, diabético, passasse pelo médico do segundo plantão do dia, isso por volta das 21h de ontem.
Um vídeo de como estava a UPA Alves Dias foi gravado por um usuário:
A cidade de São Bernardo é governada por Orlando Morando (PSDB). Ele tem recebido críticas por manter e aprofundar o modelo de terceirização da saúde via OSs. A rede hospitalar da cidade é administrada pela FUABC, bem como a rede e urgência e emergência.
Para a população ano a ano o desmonte da rede tem aumentado. “Em seu depoimento emocionado e com a voz embargada, Gonçalves, que é morador do bairro Fei Mizuho, relatou sua angústia e como estava se sentido com tamanha falta de humanidade na Unidade de Pronto Atendimento do Alves Dias.
‘Não dão nenhuma satisfação e a gente fica sem saber que horas vamos ser atendidos. As imagens e vídeos mostram o quanto tem gente precisando de atendimento, mas definitivamente a saúde em São Bernardo não funciona. O atual prefeito fez muitas promessas, mas a realidade é de calamidade’, afirmou Gonçalves.
A publicação critica que UBSs e UPAs mal têm funcionários para atende e que pacientes reclamam que em diversas unidades enfermeiros fazem o papel de médicos.
As imagens registradas mostram uma UPA completamente lotada, com crianças e idosos sem ter onde sentar e muita gente acomodada no chão. Aproximadamente 200 pessoas esperavam por consulta com um único médico que estava tde plantão na unidade.
Gonçalves só conseguiu que o filho fosse atendido por volta das 21h de ontem pelo médico do plantão noturno. Desempregado, ele disse que não conseguiu manter o plano de saúde particular. “Meu filho tem diabete tipo 1 e quando o nível de glicose sobe, ele precisa tomar soro até baixar. Hoje (ontem) vi o que as pessoas passam ao procurar atendimento médico na rede pública”, afirmou.
Ele ainda contou que não havia cadeiras para todos e que muitas crianças e idosos tiveram de ficar horas de pé aguardando assistência.
A via-crúcis de Gonçalves não terminou após 13 horas de espera. Ele terá de voltar à UPA Alves Dias nesta terça-feira (12), às 8h, para pegar os resultados dos exames do filho. “O pior é que vou ter que passar por troca de turno médico novamente para que o resultado do exame de urina possa ser analisado. Isso significa horas e horas de mais espera!”
