Pacientes usuários do Hospital Municipal De Brás Cubas, em Mogi das Cruzes (SP), estão insatisfeitos com a mudança na gestão do equipamento, desde junho administrado pela organização social Fundação do ABC (FUABC).

As reclamações se avolumam e acabaram sendo pauta de uma reportagem do site G1.

Segundo os depoimentos, nos últimos meses aumentaram as dificuldades em agendar consultas e retorno com especialistas. Os pacientes alegam que anteriormente à mudança na gestão, as pessoas eram atendidas com mais rapidez.

Abaixo reproduzimos as entrevistas que o portal de notícias publicou:

O representante comercial Jaime Salturato faz acompanhamento médico no Hospital Municipal há dois anos. Ele diz que neste período o atendimento mudou. ”Os exames eram feitos todos aqui. Eu comecei a passar com a clínica geral. Ela pediu os exames, fizemos os exames aqui no hospital e eu retornava. Nós mesmos agendávamos e ela encaminhava para o especialista”.

Segundo Salturato, desde que a nova organização social assumiu a gestão do espaço, em junho deste ano, o atendimento para a população piorou. “Tiraram todos os médicos, clínico geral, especialistas. Na realidade, nós ficamos sem nada, infelizmente. Não é uma reclamação só minha, é uma reclamação da cidade. Não podemos deixar uma estrutura dessas se preocupar só com cirurgias”.

E o pior é que a gestora anterior, também deixou rastros de problemas:

Antes, quem cuidava do hospital era a Pró-Saúde. O contrato que a entidade tinha com a Prefeitura chegou ao fim e, com isso, a Pró-Saúde parou de prestar os serviços. Muitas pessoas que trabalhavam para a entidade ainda aguardam uma decisão da justiça em relação ao pagamento de salários e benefícios atrasados.

Por qualquer ângulo que se olhe, a terceirização dos serviços públicos é nefasta para a população, para os trabalhadores terceirizados e para os cofres públicos. Quando a terceirização se dá em áreas como a saúde, os efeitos nocivos são ainda mais perigosos, pois vidas passam a correr riscos.

Assim como a Pró-Saúde, a Fundação do ABC é uma entidade com uma ficha extensa de denúncias, processos judiciais, investigações nos órgãos de controle como Ministério Público, Assembleia Legislativa e Tribunal de Contas. Em Santos a FUABC é exemplo de retrocesso no setor de urgência emergência, por conta do péssimo serviço realizado na UPA Central.

Já a Pró-Saúde deixou marcas profundas na saúde de Cubatão, na época em que administrou por mais de 10 anos o Hospital Municipal. O equipamento foi entregue para a administração sucateado e também por lá os trabalhadores terceirizados sofrem até hoje para receber as verbas rescisórias.