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HOMENAGENS: NOVA LEGISLATURA, VELHAS PRÁTICAS

Charge2Apesar das críticas dos eleitores nas redes sociais a nova legislatura mantém ou acelera o ritmo das homenagens na Câmara de Santos. Em apenas sete sessões ordinárias já foram apresentadas cinco propostas de concessão de medalha, título ou placa. E não é uma prática apenas dos antigos parlamentares. Os novos chegam com a mesma vontade de agraciar os santistas. Não por acaso são escolhidas para homenagens pessoas com popularidade ou prestígio e capacidade de influenciar eleitoralmente eu seus redutos de atuação. O uso eleitoral da prerrogativa já vem estampado na honraria.

Em um ano e meio (entre 2015 e 2016) foram realizadas 55 sessões solenes para a entrega das homenagens. Algumas não chegam a ser entregues pessoalmente, pois o homenageado não se dispõe a vir receber. Tais como o surfista Gabriel Medina e o jogador de futebol Neymar. Durante o mandato cada parlamentar pode subir ao “pódio” onze vezes para entregar o prêmio e posar para fotos. O reconhecimento aos santistas de grande mérito, ou aos que recebem o título de cidadão santista é explorado politicamente sem o menor pudor. Não raro, o homenageado pertencente ao grupo ou partido político de quem a oferece.

Uma das primeiras homenagens do ano vem com forte coloração de uso eleitoral. Na sessão de segunda (20) o novato Bruno Orlandi (PSDB) não perdeu tempo e deixou transparecer o quanto pode ser oportunista. Em menos de um mês de mandato mandou a plenário uma proposta de homenagem com total uso pessoal e político. Neste caso específico, envolve ambições e carreira política e partidária. Algo como a compra de prestígio. O tucano apresentou Projeto de Decreto Legislativo conferindo o título de cidadão santista a Samuel Moreira. É ninguém menos que o chefe da Casa Civil do governo tucano de Geraldo Alckimin. Como deputado em mandatos sucessivos, Moreira foi presidente da Assembleia Legislativa. Orlandi naturalmente se espelha em Moreira, de olho na possibilidade de crescimento interno na legenda e ascensão.

O uso político do cargo para fins pessoais é uma das distorções do sistema eleitoral e partidário. Os eleitos gozam ainda de recursos inerentes ao mandato, como a possibilidade de nomear pessoas, mobilizar valores com emendas, presença ao vivo em transmissões da TV Legislativa… Entregar prêmios é mais um dos papeis que os próprios garantem para si.