Os entusiastas da terceirização e da privatização de serviços e unidades públicas gostam de dizer que essa é a solução para o atendimento. Usam palavras como “choque de gestão”, “excelência”, “comprometimento”.
Na prática, o que acontece quando as Organizações Sociais de Saúde colocam as mãos na gestão de hospitais, PSs, ambulatórios, farmácias e laboratórios, é bem diferente.
Todos os dias o Ataque aos Cofres Públicos dá exemplos concretos disso. Temos mais um. É o Hospital Estadual Rocha Faria, em Campo Grande (RJ).
Com equipamentos quebrados, a unidade, administrada pela Organização Social Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) sofre também com falta de médicos. De acordo com o Blog Emergência, mantido pelo jornalista Daniel Brunet, o Hospital Rocha Faria não tem sequer um neurocirurgião. Além disso, os salários dos médicos estão atrasados há três meses. As informações foram apuradas diretamente do Conselho Regional de Medicina, que fiscalizou o hospital este mês.
A fiscalização flagrou ainda equipamentos quebrados dentro do hospital, que está sem contrato de manutenção desde julho de 2014. Ou seja: desde então não há troca ou conserto nos equipamentos que param de funcionar.
As duas únicas ambulâncias do hospital também estão quebradas. Para fazer transferências, a unidade recorre à central estadual. Os problemas não param. Segundo o Cremerj, as incubadoras da UTI neonatal não funcionam e a maternidade, superlotada, está sem refrigeração. A maternidade é administrada por outra OSS – a Pró-Saúde.
Segundo o Cremerj, não havia cirurgião no pronto-socorro no último dia 12. E na quarta seguinte, dia 15, a unidade ficou sem clínico para atendimento.
“A falta de recursos humanos é uma questão gravíssima no Rocha Faria. Por isso, o Cremerj continua lutando para que haja concursos públicos com salários dignos, condições adequadas de trabalho e, obviamente, um atendimento de qualidade para os pacientes. A população não pode ficar desassistida”, afirmou o coordenador da Comissão de Fiscalização do Cremerj, Gil Simões.
Como é de praxe, os governos sempre se defendem dizendo que está tudo sob controle. A Secretaria de Estado de Saúde informou que está “atuando, junto à Secretaria de Fazenda, no sentido de regularizar repasses”.
O governo negou a falta de cirurgiões na unidade no dia 12. No dia 15/04 (quarta-feira), diz a SES, “houve falta de dois clínicos, estando presentes três clínicos e tendo as demais especialidades as equipes completas”.
O governo reconhece que não oferece atendimento com neurocirurgiões: “Por isso, todos os pacientes que chegam à unidade necessitando desse atendimento são acolhidos e estabilizados até terem condições de serem transferidos para unidade de referência – Hospital Pedro II e Hospital Estadual Getúlio Vargas”.
Sobre a falta de refrigeração da maternidade, a secretaria diz que “está ocorrendo o processo para aquisição de equipamentos para suprir a demanda. Sobre as incubadoras, há, no momento, 35 funcionando normalmente. Outras dez encontram-se em manutenção.
A SES informou ainda que a atual gestão está realizando um processo de licitação, já em fase final, para a contratação de serviço de manutenção, expirado há nove meses.
Excelência onde?
Então elas, as OSSs, não vêm para resolver todos os problemas do SUS? Se é para ficar do jeito que estava antes ou ainda pior, para que terceirizar? Está claro que é para terceiros lucrarem de alguma maneira… E a população segue sendo tratada como gado. E pensar que o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, quer trazer esse retrocesso e essa farra com o dinheiro público para cá. Já aprovou a Lei das OSSs e está em fase de qualificação das entidades. Tudo sem discutir com trabalhadores e com a população. Um golpe, que será financiado às custas dos impostos que você paga!