A saúde pública no Ceará está em crise profunda. Diversas reportagens impressas e televisivas mostraram neste mês de maio que os usuários de hospitais públicos cearenses têm sofrido com falta de insumos, médicos e leitos. De acordo com o Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará (Simec), os principais hospitais da zona metropolitana da Capital tiveram mais de 300 pessoas atendidas em corredores na última quinta, 14/5.
A situação é ainda mais grave em três hospitais administrados pela Organização Social de Saúde (OSS) Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH). São eles: Walter Câmara (Fortaleza), Hospital Regional do Norte (Sobral) e Regional do Cariri (Juazeiro do Norte). O mais irônico é que por causa da crise e seus impactos políticos e financeiros teve dança das cadeiras na Secretaria Estadual de Saúde. Há duas semanas saiu Carlile Lavor e assumiu o secretário adjunto Henrique Javi. Formado em Física, Javi esteve, até pouco tempo, à frente do ISGH. A entidade foi foco de uma ação do deputado estadual Heitor Férrer (PDT) no Tribunal de Contas do Estado (TCE) por deter, segundo ele, contratos milionários com o Estado sem licitação.
“Dos recursos que tivemos, que foi gasto R$ 1,440 bilhão em 2014, R$ 445 milhões foram para o ISGH”, afirma Heitor.
O Instituto explica que organizações sociais não precisam de licitação para fechar contratos de serviço com o governo. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado Ceará (Sesa), os valores de cada contrato têm sido determinados conjuntamente por representantes da pasta e do ISGH.
A situação ficou tão ruim que o governador Camilo Santana (PT) se reuniu nesta terça (19) com a presidente Dilma Rousseff (PT) no Palácio do Planalto, para debater os investimentos na saúde pública do Ceará.
Embora os pontos principais da reunião com Dilma não tenham sido divulgados, Camilo deve pedir mais recursos ao Governo Federal para sair da crise que afeta a saúde pública do Estado.
Na última segunda (18), o Bom Dia Brasil mostrou o caos que se instalou na rede pública de saúde do Ceará.
O G1 também fez matéria no último dia 14, mostrando que nos hospitais do Ceará havia 359 pessoas internadas em corredores.