Em Porto Alegre (RS) quem luta pelo SUS e contra a mercantilização da saúde é combatido nas barras dos tribunais.
Três conselheiros do Conselho Municipal de Saúde (CMS) da cidade (Alberto Terres, Mª Letícia Garcia e Paulo Rogério) estão sendo processados criminalmente pelo ex secretário de Saúde Carlos Henrique Casarteli (foto) por se manifestarem contra a privatização de Exames Diagnósticos de Análises Clinicas e denunciarem irregularidades no serviço.
Através de escuta dos trabalhadores dos laboratórios, análise de documentos e relatório da Comissão de Fiscalização do CMS, os conselheiros comprovaram o gasto de mais de 1 milhão e duzentos mil reais por mês da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com os laboratórios privados. Estes repasses são realizados sem nenhum tipo de contrato ou licitação, como preconiza a Lei 8666/93.
O Grupo de Trabalho do conselho questionou quais os critérios utilizados na distribuição de cotas de exames enviados a cada laboratório e o valor investido em laboratórios públicos e privados pela SMS.
Eles ressaltam que na prestação de contas do Tribunal Regional Eleitoral 2012 há referências de doações de proprietários de laboratórios, fornecedores de equipamento e kits para diagnósticos de exames laboratoriais para a campanha eleitoral do então secretário de Saúde, Carlos Henrique Casartelli. O CMS entregou essa denúncia à Polícia Federal, ao Ministério Público, ao DenaSUS e à Promotoria Estadual de Criminal, Direitos Humanos e Patrimônio Público.
Ação crime:
Como a denúncia aconteceu na gestão do Ex. Secretário Casarteli, este ingressou com ação crime contra os conselheiros, o que configura clara tentativa de criminalizar o Controle Social na Saúde e de intimidar aqueles que lutam pelo SUS. A tarefa do CMS é fiscalizar e apontar irregularidades, o que muitos governos não toleram. Prova disso é que o atual secretário de saúde e Porto Alegre (Fernando Ritter) e uma assessora são testemunhas no processo contra os conselheiros.
A Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde elaborou uma Moção de Repúdio à Henrique Casarteli, ex-secretário de Saúde e hoje vereador. Confira:
A Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde, enquanto movimento de organização de classe trabalhadora, repudia a criminalização dos três conselheiros do Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre (CMS Porto Alegre), Alberto Terres, Maria Leticia Garcia e Paulo Rogério, que integram o Fórum Gaúcho em Defesa do SUS e estão sendo processados criminalmente pelo vereador e ex-secretário municipal de Saúde Carlos Henrique Casarteli. O motivo é de que os companheiros se opõem à terceirização dos serviços de exames diagnósticos de análises clínicas do Município de Porto Alegre.
Os três conselheiros integram um Grupo de Trabalho (GT) do Conselho Municipal de Saúde, com a tarefa de avaliar a terceirização de exames diagnósticos e a não prestação de contas ao CMS de recursos repassados a estes laboratórios, chegando a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) por mês, e aproximadamente quinze milhões de reais por ano, e a inexistência de contratos firmados entre a Secretaria Municipal de Saúde e laboratórios de análises clinicas em Porto Alegre.
Após a apresentação pelo GT do primeiro relatório para a plenária do CMS, na qual os três conselheiros apontaram indícios de irregularidades, cuja responsabilidade é do gestor público, o então secretário de Saúde Carlos Casarteli ajuizou uma Ação Penal contra os conselheiros citados, indicando como testemunhas contra @s conselheir@s o atual secretário de Saúde Fernando Ritter e a assessora Lívia Lavina.
A Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde vê a necessidade de denunciar e tornar público esse caso e potencializar a denúncia de todas as formas de repressão dos movimentos sociais e de lideranças que defendem as políticas públicas, pois esse tipo de resposta não deve ser tolerado. Colocamo-nos ao lado de todos que lutam por outra estrutura de sociedade que supere a subordinação da vida humana ao capital!
FRENTE NACIONAL CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE
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Na minha opinião não deve ser tercerizado porque quem deve tomar conta da saúde são pessoas da saúde da cidade ,Temos pessoas capacitadas na nossa cidade.Quer tercerizar para empresa que nem conhece a situação da saúde aqui em Santos ,aqui precisamos melhorar ,ajustar coisas que não esta bem na saúde ,agora pega uma empresa que nem sabe o que esta acontecendo nem conhece nada da nossa saúde ,para que se não deu certo nesta cidade para que repetir o mesmo erro eu acho que os nossos vereadores e prefeito precisar analizar muito bem porque você são nossos representantes.E a opinião dos eleitores e muito importante.