PRETENSA INDEPENDÊNCIA DO LEGISLATIVO NÃO PASSA DE DISCURSO QUE NÃO COLA

MarionetesVereadores da Câmara de Santos gastam tempo e energia para negar o que até o eleitor mais desavisado sabe. O tema é recorrente, nesta ou em outras legislaturas, e sempre volta à pauta. Trata-se da independência ou não do Legislativo em relação ao Executivo. Em alguns momentos da história, o bloco governista é batizado de rolo compressor, tal a volúpia que age sobre a oposição. Em outros momentos, a situação permite classificar a Casa como submissa, subserviente, vassala (dito por Telma de Souza, em 2008, causando intensa reação).

O assunto foi energicamente discutido na sessão de quinta (26), após o jornalista Carlos Ratton ter feito comentários pertinentes em uma emissora de rádio. A insistência em negar que a maioria governista obedece ao que o prefeito determina é inútil. Embora tentem sustentar independência, sabe-se inclusive que há retaliações para quem vota contra projetos do governo. Não ser chamado para reuniões, eventos, ou para conhecer projetos antecipadamente é uma das formas de colocar o divergente na geladeira.

Compreender o processo é fácil. Os vereadores integram partidos que possuem cargos no governo, em segundo escalão ou no comando de secretarias. Embora possam esboçar posição crítica sobre determinado tema, no final, acabam votando com o chefe, para não provocar o desgaste ou eventual ruptura política e a perda de vantagens e benesses. Trata-se do conhecido toma-la-dá-ca.

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