Escrito: "TEMPOS SOMBRIOS RONDAM OS SERVIDORES" com uma foto da Rosana Valle junto com Rogério Santos e a foto rasgada no meio

TEMPOS SOMBRIOS RONDAM OS SERVIDORES

REAJUSTE SALARIAL, ELEIÇÕES, OS SERVIDORES E O FUTURO

Daqui a pouco teremos eleições municipais e as pesquisas eleitorais, se ainda não tiveram a mão podre do poder econômico pagando resultados para favorecer seus políticos de estimação, apontam que os servidores e as políticas públicas em Santos estão entre um forno de cremação e um caldeirão de óleo fervente.

O QUE ISSO QUER DIZER?

De um lado temos uma representante do extremismo de direita, uma figura raivosa que abraçou o que há de mais vil e rebaixado na política e levantou os dois braços para aprovar os ataques de Bolsonaro (negacionista e golpista) contra a maioria da população, contra os serviços e servidores públicos. De outro lado temos a turma privatista, antes tucana, mas agora ligada ao também apoiador de Bolsonaro Tarcísio de Freitas e que disputará como candidato a fantoche do poder econômico contra o povo que trabalha. É a disputa entre o muito ruim e o pior e nós, servidores, bem no meio disso.

AS PERSPECTIVAS DOS “CONCORRENTES”

A extremista de direita Rosana Valle vem para dirigir a prefeitura em favor de interesses de pequenos grupos econômicos vorazes e autoritários, para desfigurar o que resta das políticas públicas voltadas à parcela trabalhadora dos santistas, e para ampliar a propaganda ideológica visando a eleição futura de um governo nacional da extrema direita.

O outro quer a reeleição para continuar a política que favorece os mesmos grupos econômicos e que empurra rapidamente a cidade para o caos. O resultado visível das gestões tucanas em Santos é o aprofundamento da pobreza, um transporte coletivo com preços imorais, desmantelamento diário da saúde, educação e assistência social por meio de terceirização/privatização, agravamento das questões ambientais tais como aquecimento da cidade em decorrência da cortina de concreto erguida pelos barões da construção civil (e que financiam campanhas eleitorais), alagamento de bairros após chuvas que não encontram rede de drenagem ou encontram uma rede antiga e entupida, a omissão escancarada quanto às cargas perigosas e de alto risco que chegam no porto, a instalação de “máquinas de morte” como o incinerador de lixo em fase de implantação na área continental de Santos, o crescimento das favelas, a omissão quanto à inserção de setores do crime organizado em diversos ramos da atividade econômica na cidade etc.

E os servidores bem no meio disso.

A ELEIÇÃO E O REAJUSTE SALARIAL REBAIXADO

Estamos cada dia mais próximos da eleição municipal e, tudo indica, mais próximos de iniciar um período ainda mais sombrio na Prefeitura e na cidade. O atual prefeito, que poderia facilmente promover um reajuste dos salários do funcionalismo santista na casa de dois dígitos (como foi a reivindicação da categoria), deu de ombros e encerrou a discussão salarial com míseros 8%, não sem antes tentar enganar os servidores através do SAP (sindicato-amigo-do-patrão) e dos vereadores da base governista (os que só dizem “Sim Senhor”).

Mas restou uma pergunta importante e incômoda a ser respondida: por que impôs um reajuste inferior às vésperas da eleição e havendo uma gorda arrecadação que permitiria ir além dos 8% para valorização do serviço público?

Essa pergunta pode revelar problemas, mas também “soluções” encontradas pela turma que pensa estrategicamente a reeleição do prefeito de plantão.

DESCONTENTAMENTO, RECLASSIFICAÇÕES, VOTO E FUTUROS ATAQUES AOS SERVIDORES

Há muito tempo que vários cargos dentro da Prefeitura amargam um profundo descontentamento por conta de grupos que tiveram seus níveis salariais alterados, concedidos em reuniões fechadas, sem critérios transparentes e sem discussão com toda a categoria, especialmente durante o governo Paulo Alexandre, que tinha como secretário o Sr. Rogério Santos.

Esses descontentamentos se transformaram em reivindicações por reclassificação levadas ao prefeito anterior e ao atual sem, no entanto, qualquer retorno que não pura enrolação. O SINDSERV foi mais de uma dezena de vezes aos gabinetes desses prefeitos (Paulo e Rogério), acompanhado de grupos profissionais distintos e com ofícios e textos escritos pelos próprios profissionais embasando seus pedidos e cobrando solução. Até hoje, absolutamente nenhum retorno positivo foi apresentado pelo governo, a não ser blá blá blá e enrolação.

Porém, agora na reta final da campanha salarial e início da disputa eleitoral, o SAP (sindicato-amigo-do-patrão) começou alegremente a fazer aleluia prometendo que as reclassificações finalmente serão feitas. Começamos então a desenhar uma provável resposta para o rebaixamento salarial e o reaparecimento de uma montanha de dinheiro o qual “sumiu” da discussão de reajuste salarial da categoria.

Dito de outro jeito: Rogério Santos sabe que na hora da eleição cada voto é crucial, ainda mais numa eleição dividida e apertada; sabe também que o reajuste de 8% não diminui o descontentamento dos segmentos que querem reclassificação, ao contrário, amplia este descontentamento; e principalmente, como Rogério já anunciou que caso reeleito atacará o PCCV (Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos) para implantar a política nefasta de salários variáveis, precisa mais do que nunca de um sindicato-amigo-do-patrão que seja vendido para a categoria como “conquistador de benefícios”.

O sindicato “conquistador” das reclassificações pode resolver dois problemas cruciais para Rogério Santos às portas da eleição:

a) colaborar para transformar o descontentamento de parte dos servidores em agradecimento e, se possível, em votos.

b) Se reeleito, Rogério poderá contar com um sindicato “só seu” vendido e alardeado para os servidores como vitorioso e conquistador das “impossíveis reclassificações”, pronto para iludir e confundir ainda mais a categoria, facilitando assim os ataques do governo Rogério ao PCCV que foram conquistados com tanta organização e luta dos servidores durante o governo Papa.

Podemos e devemos continuar a reivindicar reclassificação porque é uma reivindicação justa, mas devemos manter a luta e também os olhos bem abertos para não cavar nossa própria cova e auxiliar o governo a realizar seu projeto de desmonte.