PACIENTE CAI DO SEXTO ANDAR DE HOSPITAL MUNICIPAL COMANDADO POR ORGANIZAÇÃO SOCIAL EM CUBATÃO

PACIENTE CAI DO SEXTO ANDAR DE HOSPITAL MUNICIPAL COMANDADO POR ORGANIZAÇÃO SOCIAL EM CUBATÃO

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Terceirizar serviços públicos essenciais e estratégicos é colocar vidas em risco e, ao mesmo tempo, irrigar de lucro fácil empresas que menosprezam a importância das políticas públicas para a população. Aliás, para essas empresas os usuários não são vistos como pessoas que trabalham duro para, por meio de seus impostos, ter acesso ao mínimo de dignidade no atendimento em saúde quando adoecem.

Para as organizações sociais (OSs), essas pessoas apenas fazem parte de números em planilhas financeiras que objetivam garantir ganhos cada vez maiores aos seus donos.

No fim do mês passado, um caso ilustrou de forma trágica, porém muito didática, essa perversa realidade. Um homem de 43 anos, portador de esquizofrenia, internado na ala psiquiátrica do Hospital Municipal de Cubatão, acabou caindo do sexto andar. A gestão do hospital é de responsabilidade da Organização Social Sociedade Brasileira Caminho de Damasco.

Abaixo reproduzimos na íntegra a matéria do jornal A Tribuna de Santos sobre o assunto:

Paciente cai do sexto andar de hospital de Cubatão e levanta dúvidas sobre a segurança do local 

Edvaldo Gomes de Lima tinha 43 anos e sofria de esquizofrenia

A queda de um paciente da ala psiquiátrica, que fica no sexto andar do Hospital Municipal de Cubatão, motiva questionamentos sobre as condições de segurança da unidade de saúde. O incidente aconteceu na manhã de sexta-feira (23) e a família, indignada e revoltada, acredita que isso não teria acontecido caso houvesse melhor estrutura no local.

Erivaldo Gomes de Lima tinha 43 anos e era portador de esquizofrenia desde que nasceu. Ele estava internado há um mês – era interditado judicialmente – e, antes, morava com a mãe.

“Ele foi para a sala de recreação em frente ao quarto dele (local onde houve a queda).
Por ser uma ala psiquiátrica, a tela dessa sala deveria ser bem reforçada, mas cheguei
a ir lá e ela parecia ser antiga e nada reforçada”, conta a irmã, Edivania Gomes da
Silva.

Neste sábado (24), Edivania tratava das providências referentes ao velório e ao sepultamento de Erivaldo. O hospital, segundo ela, deu satisfação do ocorrido e ofereceu ajuda psicológica. Também citou que o vice-prefeito de Cubatão, Ivan Hildebrando, está dando suporte e apoio aos familiares.

“Vamos aguardar a posição mostrada pelo laudo da Polícia Civil”, afirma Edivania, ao ser questionada se pensava em processar o hospital pelo ocorrido.

Outro lado
Segundo a Sociedade Brasileira Caminho de Damasco, gestora do Hospital Municipal de Cubatão, os profissionais de saúde foram acionados por volta das 9h30. O paciente foi encontrado na área de trás do prédio, foi prontamente socorrido e encaminhado ao Pronto-Socorro para avaliação médica. Após todas as tentativas de reanimação, foi
constatada a morte.

“O Hospital Municipal de Cubatão lamenta profundamente o fato sucedido e informa que toda assistência está sendo prestada aos familiares, com quem nos solidarizamos neste momento. Devido à sensibilidade do fato, não é possível entrar em mais detalhes, ainda assim reforçamos que a direção do hospital está tomando todas as medidas necessárias
relacionadas ao caso. A Prefeitura Municipal determinou abertura de processo administrativo para apurar o ocorrido e informa que está colaborando com as autoridades policiais”, disse ainda a nota.

Ao ser perguntada por A Tribuna sobre o porquê de não haver grades no local, a Sociedade Brasileira Caminho de Damasco esclareceu que “implantação de grades não é obrigatória, visto que hospitais e alas psiquiátricas não devem funcionar como unidades prisionais”.

Afirmou, ainda, que o caso está sob análise do comitê de avaliação e sindicância, e que todas as medidas de melhoria que forem detectadas serão implementadas.

Segundo a família, o velório de Erivaldo acontece neste domingo (25), e o sepultamento será às 14h, no Cemitério de Cubatão

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