Dieese: crise não prejudicou reajustes salariais

A crise econômica internacional não se refletiu de forma negativa nas negociações de reajustes salariais realizadas este ano, segundo estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com o levantamento, em 96% das negociações houve pelo menos a recomposição das perdas provocadas pela inflação. No ano passado, esse índice havia ficado em 89%.

Segundo nota do órgão, esse dado reforça a hipótese de que o ajuste das empresas em resposta à crise econômica ocorreu principalmente pelo expediente da demissão de trabalhadores, especialmente no setor industrial, e não pelos reajustes salariais das categorias.

Na indústria, o percentual de reajustes acima da inflação sofre ligeira redução: variou de 86% para 83% entre 2008 e 2009. De outro lado, 11% das unidades de negociação obtiveram reajuste idêntico ao INPC-IBGE, apenas recompondo o poder de compra dos salários (em 2008, havia sido de 8%).

No comércio, houve redução no número de reajustes acima do INPC-IBGE – embora em número pouco significativo – e nenhuma ocorrência de reajustes abaixo do índice, contra 13% observados em 2008.

O setor de prestação de serviços foi o que apresentou o melhor desempenho na comparação entre 2008 e 2009. O percentual de categorias com perdas salariais no setor foi reduzido de 14% para 4% e o percentual das que conquistaram aumentos reais subiu de 71% para 78%.

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