Imagem: Ilustração de Alireza Pakdel no qual uma criança dorme abraçando a manga de um vestido com a foto de uma profissional da saúde.

Nota de pesar. ENTRE O TRABALHO E A MORTE PELO TRABALHO

Desde o início desta pandemia de COVID-19, os servidores que atuam nas unidades de Saúde (essenciais) não tiveram um minuto de descanso. Monitoramentos e atendimentos, rastreamento de casos, encaminhamentos de pacientes, internações e entubações em UTIs, abertura e fechamento de vagas, campanha de vacinação – tudo isto sem deixar as demais necessidades de gestantes, hipertensos e diabéticos, acidentes, atendimentos aos recém-nascidos, vigilância epidemiológica, fiscalização, aquisição e distribuição de medicamentos e todas as demais necessidades de saúde diárias da população. Este trabalho, que já é difícil em tempos “normais”, ficou muito mais pesado diante da pandemia.

Os servidores públicos municipais da Saúde tiveram que chorar a morte de colegas de trabalho desde o início. Muitos profissionais foram contaminados, a maioria está trabalhando e lidando com sequelas físicas e psicológicas, incluindo o medo diário de se contaminar ou aos familiares.

Outra morte nesta guerra foi a da Agente Comunitária de Saúde SIMYRA CHIORO DE SOUZA, que atuava na USF Castelo na Zona Noroeste.

Nós do Sindserv Santos lamentamos profundamente a morte de todas e todos os trabalhadores da categoria e de nossa classe. Ao mesmo tempo, reafirmamos que estes trabalhadores e trabalhadoras não serão esquecidos. Sua memória continuará viva na luta necessária para superarmos coletivamente este estado de coisas que inverte os valores, colocando a nossa vida abaixo dos interesses privados de governos e patrões.

Cientes de que SYMIRA e todos que faleceram neste combate estarão presentes através das lutas de nossa classe, é que nos solidarizamos e conclamamos servidoras e servidores públicos a se guiar pelos trabalhadores que usam a ciência e a razão para combater o vírus, tomando todos os cuidados necessários e combatendo as narrativas fantasiosas que são infiltradas na população por interesses de negacionistas.