Prefeitura se nega a pagar plantões trabalhados a mais na Saúde

Em reunião realizada na manhã desta terça-feira (18), diante de dezenas de servidores da saúde, a Prefeitura de Santos voltou atrás temporariamente no cálculo da remuneração de plantões de 180 horas, que vem sendo feito erroneamente desde maio deste ano, lesando os trabalhadores.

O recuo valerá a partir de outubro e até o momento em que a Procuradoria do Município der um parecer sobre o caso.

Ao mesmo tempo, o Governo SE NEGA a restituir a cada trabalhador os três plantões efetuados e não pagos nos últimos quatro meses.

A atitude demonstra uma espécie de golpe contra estes servidores. Estima-se que atuem em regime de plantões de 180 horas cerca de 100 funcionários no Município. Isso quer dizer que o calote que o Governo está dando na categoria é de 300 plantões até o momento, equivalentes a mais de R$ 80 mil.

Ao lado do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos (SINDSERV), um grupo de servidores foi até a Secretaria Municipal de Saúde nesta manhã para cobrar a correção dos cálculos.  No encontro o secretário adjunto, Dênis Vallejo, e o chefe do Departamento Hospitalar, Marco Sérgio Duarte, não souberam explicar em que se baseia o novo cálculo adotado, quem tomou a iniciativa de promover a mudança da contagem e por qual motivo o novo sistema foi adotado.

Dizem apenas que no entendimento da Secretaria de Saúde este novo cálculo é o correto. O fato é que com essa mudança os plantonistas passam a trabalhar um ou dois plantões a mais por mês, sem qualquer remuneração. A nova escala não foi discutida com os trabalhadores ou com o sindicato.

O próximo passo é reunir o máximo possível de servidores prejudicados em uma assembleia a ser convocada nos próximos dias, para que juntos definam os posicionamentos políticos e jurídicos a serem tomados.

Desrespeito

Em 25 de agosto o SINDSERV e os trabalhadores tiveram a primeira reunião com o chefe de Departamento Hospitalar, Marco Sérgio Duarte, para relatar o problema, cobrar a correção dos cálculos e solicitar o ressarcimento das horas já trabalhadas e não pagas.

Como não houve resposta, no dia 15 de setembro o sindicato enviou ofício ao prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) e ao secretário de Saúde, Marcos Calvo, pedindo providências.

A Prefeitura não respondeu de novo.  Os servidores então fizeram um ato na Praça Mauá, no dia 20 de setembro, para denunciar a situação. Outro ato foi realizado na Câmara, no dia 26 do mesmo mês.

No dia 6 de outubro, os servidores voltaram a constatar o descaso da administração. Um grupo de plantonistas foi até a Secretaria de Saúde e não foi recebido. Depois de uma hora e 15 minutos de espera, a assessora Carolina Osawa finalmente foi até o saguão do gabinete do secretário e agendou uma nova reunião para o dia 13 de outubro, às 10 horas.

Esta reunião, por sua vez, foi desmarcada e adiada para esta terça-feira (18). Após uma espera de aproximadamente uma hora, os trabalhadores foram recebidos. E, de novo, não houve solução.

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