DIA DO APLAUSO VIRA LEI EM MEIO AO PIOR MOMENTO DA HISTÓRIA PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Se você é trabalhador da Saúde, imagine a cena de um antigo quadro de programa de auditório e responda: “você troca um salário digno com condições mínimas de trabalho por uma data no calendário da sua cidade, chamada Dia do Aplauso?”.
Parece piada, mas não é. Essa é uma situação real em Santos, cidade que abriga o maior porto da América Latina e que tem um orçamento de R$ 3,7 bilhões previsto para 2022. Ao invés de investir na carreira de quem enfrenta a Covid-19 e arrisca vidas, a Prefeitura de Santos comemora a criação do Dia do Aplauso, uma homenagem aos profissionais de saúde, após a aprovação pela Câmara de um projeto de lei de autoria do vereador Ademir Pestana (PSDB, 6º mandato).
O PL ganhou sua versão oficial a partir da publicação no Diário Oficial de Santos (17/12/2021), da Lei nº 3.971, cuja data agora passa a ser inserida no calendário de eventos da cidade aniversariante.
Ademir Pestana (6º Mandato, PSDB), autor do projeto, justificou que a data faz referência ao Dia Internacional da Enfermagem, comemorado, mundialmente, desde 1965. Mas ele não comentou que, junto com seus colegas apoiadores do prefeito, votou a favor de projetos do Governo que atacam os direitos dos trabalhadores ou votou contra proposituras que trariam melhorias à carreira.
Entre as rasteiras que os fantoches de Rogério Santos (PSDB) passaram está o acolhimento ao veto do prefeito ao PL 51/2020, que asseguraria aos servidores públicos da área de saúde que atuam diretamente no combate ao COVID-19 o pagamento de indenização por morte ou invalidez e a contratação de seguro de vida em grupo.
O projeto foi aprovado pela casa, mas em julho de 2020 o prefeito vetou e, ao invés dos vereadores derrubarem o veto, a maioria acolheu covardemente o NÃO de Rogério Santos (PSDB).
Na sessão que acolheu o veto, Ademir Pestana se omitiu e não apareceu para votar. Enterraram o projeto: Adilson Jr, Augusto Duarte, Furtado, Cacá Teixeira, Hugo Duppre, Zequinha, Lincoln, Constatino, Pastor Roberto, Rui de Rosis, Sadao Nakai e Sérgio Santana.
Banha, Telma, Chico Nogueira e Fabrício tentaram salvar a ideia.
Outro golpe de Ademir Pestana e seus amigos de base governista foi a votação a favor da Reforma do Iprev, que fará com que trabalhadores da saúde e demais áreas do serviço municipal tenham que trabalhar mais para receber menos na aposentadoria.
Teve mais apunhalada nas costas aos “anjos de branco”. Trata-se da aprovação da lei que mudou as regras do adicional de titularidade. No dia 15/06, a Câmara que tem o 8º maior custo do Estado de SP e 11º do Brasil, aprovou o projeto que penaliza principalmente os servidores da Saúde de menor salário, ao mesmo tempo que aumentou a remuneração dos que ocupam cargos em comissão.
Ademir e seus amigos situacionistas também apoiaram o ex-prefeito Paulo Alexandre (PSDB) quando, em 2020, a Prefeitura usou a pandemia como desculpa e no mesmo ano aceitou a chantagem do Bolsonaro (só entregaria verbas federais aos municípios que não concedessem reajuste aos servidores em 2021).
O vereador veterano que preside o Hospital Beneficência Portuguesa também ficou ao lado de Paulo Alexandre quando ele começou a jornada das terceirizações de unidades de Saúde, colocando as OSs para ganharem milhões em troca de péssimos serviços e muita precarização.
Por essas e outras que o Dia do Aplauso para os profissionais da Saúde – agora Lei 3.971 – é uma piada de mau gosto contra uma categoria que há anos não recebe a valorização que merece!
VEREADORES DE SANTOS, PARA QUEM ELES TRABALHAM?
PREFEITO DE SANTOS, A FAVOR DE QUEM GOVERNA?
