O que sobrou da Campanha Salarial?
Não se foram nem três meses após o encerramento da Campanha Salarial e os argumentos usados pelo governo já vão caindo por terra. Veja abaixo, item por item, argumento por argumento da Prefeitura que agora se revelam:
Lembra do "enorme" aumento na Cesta Básica? Pois é, Virou pó!
Segundo dados da própria Secretaria de Finanças da Prefeitura, em seis meses o conjunto dos alimentos básicos ficou 26% mais caro em Santos. Só de março para abril o aumento foi de 12,1% na cidade (veja matéria do jornal Metro aqui). Ou seja, o reajuste da Prefeitura que faria com que o valor pago chegasse à dois terços de uma verdadeira Cesta Básica em Santos, praticamente voltou à estaca zero. Agora a Cesta da Prefeitura (R$ 200) voltou a ser quase a metade do valor médio da Cesta Básica no município (R$ 340, veja aqui).
E o "estrondoso" aumento "real" de 2%?
A inflação já comeu quase todo: Em fevereiro tivemos 0,64% de inflação e em março 0,82% (veja aqui). Ou seja, em abril o seu salário já voltou a ser corroído pela inflação e o seu poder de compra volta a cair ladeira abaixo até a próxima Campanha Salarial.
Auxílio-alimentação insuficiente!
O Datafolha divulgou sua pesquisa (veja aqui) sobre o preço médio das refeições em todo o Brasil e adivinha… Santos é a sexta cidade com a refeição mais cara! A reivindicação da categoria durante a Campanha Salarial de 2014 era de R$ 20,00 por dia, sendo que atualmente o valor pago é de R$ 15,19 por dia.
Concurso Público de Santos: Tampando o sol com peneira
Durante a Campanha os servidores também fizeram questão de cobrar por mais Concursos Públicos, nomeações dos já concursados e criação de novos cargos. A Prefeitura se limitou a responder que já estava fazendo um Concurso Público que resolveria todos os problemas.
Realmente, o concurso público foi feito e atende uma antiga reivindicação dos funcionários de algumas secretarias. Porém, ao mesmo tempo, a Prefeitura está negligenciando outras secretarias que sofrem com uma enorme falta de profissionais em outros cargos que não foram contemplados
Privatizações e terceirizações
Outro item completamente ignorado pelo governo durante a Campanha Salarial reivindicava o fim de todas as terceirizações, privatizações e outras formas de trabalhos precarizados que ocorrem no município. O governo negou que houvesse qualquer trabalho precarizado na Prefeitura. Não precisou nem de tempo pra provar o contrário: Durante a própria Campanha Salarial, empregados da empresa terceirizada que presta serviço de limpeza para todas as escolas municipais de Santos, Facility, entraram em greve por melhores condições de trabalho e pagamentos atrasados (veja aqui).
"Assim foi, assim será para não comprometer o orçamento". Não podemos cair nessa LADAINHA!
Mesmo argumentando, item por item, o governo não escutou a voz da razão e fez um verdadeiro atropelo na Campanha Salarial. E isso tem que ficar nítido para todos os servidores, a Prefeitura não quer saber se as reivindicações são justas, se os servidores merecem, ou qualquer outro argumento. A única coisa que sensibiliza nossos governantes é os servidores mobilizados!
Servidores colocando-se em MOVIMENTO!
Presença maciça nas assembleias e nos atos! Presença de corpo físico, envolvimento na campanha, um colega puxando o outro, cobrando a presença nas atividades do sindicato! Só assim eles nos escutam! E isso não vale apenas para o atual prefeito ou seu partido! Qualquer um que sentar na cadeira de prefeito da cidade só escutará a opinião do servidor se a mesma vier junto com o envolvimento direto dos servidores!