Partido “Novo” tentou reduzir salários dos servidores. Perigo ainda ronda!
A PEC “Orçamento de Guerra” (10/2020) é a alternativa apresentada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), para que os governos municipais, estaduais e federal possam burlar as leis que limitam gastos (a chamada “Regra de Ouro”, a Lei de Responsabilidade Fiscal etc).
A mudança também facilitará novas contratações de trabalhadores, obras, serviços e compras desses governos para o combate à pandemia de COVID-19.
Sorrateiramente, o Partido “Novo” tentou ontem (02/04) emplacar as Emendas 4 e 5 que reduzem os salários dos servidores dessas três esferas em até 50%.
Detalhe: quem apresentou as Emendas pelo Partido “Novo” foi o milionário empresário Alexis Fonteyne. Esse sujeito está entre os dez parlamentares mais ricos do Congresso, sua fortuna declarada é de mais de R$ 28 milhões.
Apesar de todas as Emendas terem sido rejeitadas ontem, elas podem reaparecer na votação que acontece hoje (03/04).
Não podemos confiar nesse Congresso!
“Parada do velho novo” (Bertolt Brecht)
Eu estava sobre uma colina
e vi o Velho se aproximando,
mas ele vinha como se fosse o Novo.
Ele se arrastava em novas muletas,
que ninguém antes havia visto,
e exalava novos odores de putrefação,
que ninguém antes havia cheirado.
A pedra passou rolando como a mais nova invenção,
e os gritos dos gorilas batendo no peito
deveriam ser as novas composições.
Em toda parte viam-se túmulos abertos vazios,
enquanto o Novo movia-se em direção à capital.
E em torno estavam aqueles que instilavam horror
e gritavam:
Aí vem o Novo,
tudo é novo,
saúdem o Novo,
sejam novos como nós!
E quem escutava,
ouvia apenas os seus gritos,
mas quem olhava,
via pessoas que não gritavam.
Assim marchou o Velho,
travestido de Novo,
mas em cortejo triunfal
levava consigo o Novo
e o exibia como Velho.
O Novo ia preso em ferros e coberto de trapos;
estes permitiam ver o vigor de seus membros.
E o cortejo movia-se na noite,
mas o que viram como a luz da aurora
era a luz de fogos no céu.
E o grito:
Aí vem o Novo,
tudo é novo,
saúdem o Novo,
sejam novos como nós!
Seria ainda audível,
não tivesse o trovão das armas sobrepujado tudo.