Para empresas: incentivos. Para servidores: rebaixamento salarial e abraço virtual
Para os empresários, Paulo Alexandre tem um tratamento diferenciado. No meio da maior crise de Saúde da cidade, fez reunião virtual e abriu um “canal de diálogo permanente”. Quantas vezes você, servidor, foi recebido pelo prefeito?
Dessa reunião o governo decidiu transferir dinheiro público para as empresas privadas através de um “pacote de incentivos”.
E para os servidores? Bom, para quem está na linha de frente no combate ao Coronavírus por enquanto temos:
1) Rebaixamento salarial
Pois perderemos 2% agora em abril por conta da Reforma da Previdência do Bolsonaro (aprovada pelo Paulo Alexandre e vereadores de Santos). Essa Reforma aumentou o desconto dos nossos salários para o IPREV, de 12% para 14%, sem nenhuma contrapartida.
Além disso, não temos nenhuma resposta quanto a nossa Campanha Salarial. Os servidores recusaram os 4,19% (mesmo índice da inflação), avisaram o governo e, até o momento, nenhuma resposta.
O prefeito nem aumenta a proposta, nem responde que vai manter, nada! Esse “nada” está causando angústia em muitos servidores que começam a temer que os repasses para iniciativa privada sem licitações (por conta do Coronavírus) esvaziem os cofres públicos. E depois viria a desculpa que não tem dinheiro nem pra cumprir a promessa dos 4,19%.
2) Abraço virtual
Nada contra programas que tentem minimizar os graves problemas emocionais que os servidores estão passando nesse momento. O programa “Abraço virtual” é um desses.
Mas há ações mais efetivas que poderiam dar mais segurança aos servidores que estão arriscando suas vidas. Listamos algumas:
- Garantia de condições de trabalho efetivamente seguras. Com Equipamentos de Segurança Individuais (EPIs) de boa qualidade e em quantidade suficiente em todas as unidades que ainda tem servidores trabalhando;
- Transporte específico para todos aqueles servidores que precisam se deslocar para trabalhar. Essa medida garantiria não apenas a segurança do servidor, mas diminuiria o contágio para toda a população;
- Abono salarial para todos os profissionais que estão em contato direto com a população. Várias cidades estão aprovando essa medida que faz um justo reparo financeiro para esses trabalhadores que em muitos casos precisaram sair do convívio familiar, gerando mais custos de moradia, alimentação…;
- Antecipação do valor total do décimo terceiro salário para todos os servidores. Isso minimizaria os transtornos financeiros de boa parte das famílias que tiveram parentes próximos demitidos.
NOTA DE PESAR
O SINDSERV Santos lamenta profundamente a morte do servidor João Carlos de Carvalho, 59 anos. João era chefe da Seção de Cálculo e Pagamento (SEPAG), o setor que gera a folha de pagamento dos servidores, da Secretaria de Gestão.
Outro falecimento registrado neste fim de semana com suspeita de COVID-19 foi do técnico de enfermagem Luiz Eduardo Ayres Ramos, 49 anos, que atuava na UPA Central e no Hospital Guilherme Álvaro.
Neste momento de dor, nos solidarizamos com os colegas de trabalho e familiares.