Problemas que o sistema GIER causou em prefeituras como Aracajú e Ribeirão das Neves

FALTA DE TRANSPARÊNCIA: PREFEITURA TERCEIRIZA SISTEMA E INVIABILIZA ACESSO AOS DADOS DA EDUCAÇÃO

Desde que o Sistema Integrado de Gestão Escolar (SIGES) foi substituído pelo sistema Gestão Integrada de Educação Responsável (GIER) via contrato milionário com uma empresa terceirizada, as falhas de operação se acumulam.

Além de prejudicar o gerenciamento de matrículas e de atrasar o trabalho de professores e equipes técnicas, a troca resultou na falta de transparência em relação aos dados públicos da rede municipal de ensino.

Anteriormente, por meio do SIGES, programa desenvolvido por servidores da Prefeitura e da Prodesan, era possível ter acesso rápido às mais variadas informações, como a quantidade de alunos por sala, quantidade de professores, especialistas e trabalhadores da Educação em cada escola, nomes dos servidores por sede etc.

Com a nova ferramenta, esses e outros dados importantes para o acompanhamento da qualidade da educação pública estão fora do alcance da população e dos servidores. A quem interessa jogar fora um trabalho desenvolvido por funcionários de carreira, que tinha boa funcionalidade e baixo custo de manutenção, para gastar altas somas com um programa privado questionável?

Uma pesquisa rápida na internet mostra que as reclamações sobre a ineficiência do GIER não são exclusividade santista. No Magistério Público de Aracaju (SE), por exemplo, o sistema escolar se tornou um pesadelo. O cotidiano dos docentes nas tarefas mais simples, como lançar notas, tem sido um inferno há mais de três anos. Em 2020, quando o GIER foi implementado na capital sergipana, o argumento era de que ele conectaria a rede municipal de ensino a um sistema digital funcional. O que deveria atuar como um agente facilitador de conectividade, provocou o efeito oposto.

As denúncias apontam bugs como demora no carregamento de páginas, apagão de dados etc. Devido aos erros e à falta de confiança no programa, os docentes de Aracaju retrocederam ao uso de papel e caneta para registrar as atividades escolares de forma paralela. As instabilidades no sistema também levantam preocupações quanto à segurança de dados.

A rede municipal de São Caetano do Sul (SP) também vivenciou a mesma situação com o GIER. Em razão das reclamações das professoras e professores sobre instabilidades no sistema, em 2019, a Secretaria da Educação do município cancelou o contrato com a empresa. A plataforma também coleciona reclamações em sites como o Reclame Aqui. Um dos municípios com denúncias é Ribeirão das Neves (MG). “Estou na escola desde 2008 e passei pelo diário de papel, excel, Sistema TG e Sistema Consulte. Esse GIER é assustadoramente pior que todos e pior que tudo. Fazer diário no papel é mais rápido”, relata um professor.

O SINDSERV constatou que a página do sistema antigo já foi retirada do ar e está questionando a Prefeitura sobre a falta de transparência com os dados. O assunto é um dos temas pautados na Assembleia dos Profissionais do Magistério, a ser realizada no próximo dia 19/6, às 19h, no Sindicato dos Metalúrgicos (Av. Ana Costa, 55). Participe!

SÓ A LUTA COLETIVA MUDA A VIDA!