TERCEIRIZAÇÃO DO PRONTO SOCORRO CENTRAL: MAIS UM PROBLEMA PARA A POPULAÇÃO
O SINDSERV denunciou na manhã e tarde desta quarta-feira todos os prejuízos que a terceirização do PS Central, por meio da nova UPA gerida pela OS Fundação do ABC, trará para os servidores e para a população.
A UPA será inaugurada nesta sexta-feira (15). Continuaremos de plantão na porta da unidade nesta semana e convidamos todos os servidores que estão insatisfeitos com a situação a comparecerem, a partir das 9h e até às 17h.
A ideia é dialogar com a população e mostrar também o péssimo currículo que a organização social contratada ostenta. Para isso, banners foram espalhados em frente à UPA com cada uma das principais irregularidades que pesam contra a Fundação do ABC. Também está sendo distribuída aos munícipes e à imprensa uma carta detalhando as razões pelas quais não queremos a privatização dos serviços públicos. Veja o conteúdo abaixo:
TERCEIRIZAÇÃO DO PRONTO SOCORRO CENTRAL: MAIS UM PROBLEMA PARA A POPULAÇÃO
O prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) pretende, à partir de sexta-feira, dia 15/01, inaugurar na esquina da Rua Joaquim Távora com a Rua São Paulo, a Unidade de Pronto Atendimento Central (UPA), que substituirá o Pronto Socorro Central.
O equipamento, tratado pelo governo como uma maravilha para a população, será na verdade mais um problema. O motivo é o modelo de gestão escolhido para a UPA. A administração da UPA foi terceirizada e entregue a uma empresa chamada ORGANIZAÇÃO SOCIAL FUNDAÇÃO DO ABC, pelo valor de R$ 19,2 milhões ao ano. Os problemas causados pela terceirização da saúde pública no Brasil por meio de Organizações Sociais (OSs) há quase vinte anos são muitos e por aqui não será diferente.
ATENDIMENTO MAIS CARO E DE PIOR QUALIDADE
Para justificar a "necessidade" de terceirização, a prefeitura vem sucateando o Pronto Socorro Central (falta funcionário, material médico, macas, ambulâncias, medicamentos, entre outros), para apresentar como "solução mágica" a terceirização. Porém, a experiência de centenas de municípios e vários estados mostra que os serviços apenas ficaram mais caros e mais precários depois de implantadas as OSs.
No Rio de Janeiro, o Tribunal de Contas apontou em auditoria que R$ 80 milhões da saúde foram para o ralo da ineficiência e da corrupção nos contratos firmados com tais entidades.
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo também realizou estudo que mostra o encarecimento do sistema e o aumento no índice de mortalidade em hospitais terceirizados, comparados com os administrados de forma direta.
Apesar das OSs serem muito mais caras para os cofres públicos, a qualidade do atendimento é pior. As entidades atuam como empresas no cumprimento de metas de atendimento. Funcionários e médicos são pressionados a atender cada vez mais em menos tempo, deixando de lado a qualidade. Em épocas de crise e atraso nos repasses públicos, as unidades terceirizadas são as primeiras a fecharem as portas e negar atendimento.
CORRUPÇÃO
Escolhidas sem licitação e administradas sem controle social, as Organizações Sociais usadas na terceirização dos serviços públicos são a bola da vez como fontes de corrupção, arrecadação para campanhas eleitorais e compra de votos.
A entrega dos serviços públicos para OSs tem gerado o "efeito petrolão" em dezenas de municípios. Para ter uma ideia de como a corrupção entre donos de OSs e gestores públicos é escancarada, acesse o site www.ataqueaoscofrespublicos.com
FUNDAÇÃO DO ABC TEM PÉSSIMO CURRÍCULO
A Prefeitura escolheu sem licitação a OS Fundação do ABC para receber R$ 19,2 milhões por ano e, em troca, administrar a UPA. O histórico da entidade escolhida para gerir a unidade é péssimo. A entidade tem várias questões em investigação por órgãos de controle. As denúncias são tão numerosas que uma frente parlamentar foi criada na Assembleia Legislativa de São Paulo para fiscalizar as ações da Fundação do ABC em contratos de cidades como Mauá, Santo André, São Bernardo, São Caetano, Franco da Rocha, Caieiras e também de Praia Grande, onde a “entidade” administra o Hospital Irmã Dulce.
O TCE-SP julgou irregulares repasses feitos para a OS em Praia Grande, Santo André, Peruíbe e São Bernardo. Em Praia Grande, conforme informou o Ministério Público em 2015, a 7ª Promotoria de Justiça instaurou oito inquéritos civis para apurar irregularidades que envolvem o atendimento terceirizado para a OS.
Estamos em ano eleitoral e todos os esforços serão realizados para que a UPA funcione nos primeiros meses. Mas não se engane! O “esforço” durará apenas durante a corrida eleitoral. Depois, a realidade baterá à sua porta.