Dia dos professores: o que há para comemorar?
“Chega desse negócio de Educação pública, universal e gratuita!“, é como pensam os atuais governantes do país. E com repetidas ofensas aos docentes, jogam pais e estudantes contra os professores.
Se as loucuras ficassem só nas palavras inconsequentes, não seria tão danoso. O problema é que estão atacando concretamente todo o sistema de ensino nacional, afetando diretamente a todos que trabalham na área, principalmente os professores. Veja:
-> Acabou de vetar integralmente a lei já aprovada no Congresso que garantiria atendimento de psicologia e de serviço social a estudantes nas escolas públicas de educação básica;
-> Cortou 30% do dinheiro das universidades federais. Esse corte afeta diretamente o funcionamento das universidades, muitas não sabem como continuarão suas atividades até o final do ano. Disse que fazia isso para investir mais na Educação Básica, porém…;
-> Também cortou o dinheiro de toda a Educação. Tudo teve corte: programas do ensino infantil ao ensino médio, ensino técnico e a distância;
–> Bloqueou as bolsas de mestrado e doutorado oferecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Milhares de estudos e pesquisas estão parados por falta desse auxílio;
Em compensação, o que oferece o governo federal?
Bolsonaro e sua trupe ideológica oferecem transformar 216 escolas (que já funcionam) em escolas militares. Número irrisório se tratando do Brasil onde há 181.900 escolas de educação básica. E uma solução patética se for observado que os bons índices das pouquíssimas escolas militares são justamente porque o investimento é três vezes maior do que o das escolas públicas.
Ou seja, Bolsonaro tira investimento da Educação como um todo para investir em apenas algumas poucas escolas (0,1% do total) que só servirão de cortina ideológica para propaganda.
E, pra piorar, o governo de Paulo Alexandre Barbosa assina embaixo
Ao invés de investir de verdade na Educação municipal, Paulo Alexandre aderiu ao Programa de Escolas Militares pensando exclusivamente em agradar o governo federal, sem fazer o debate com as comunidades escolares. Será que vai faltar merenda nessa unidade? Vai ter teto caindo? Faltará funcionários?
Paulo Alexandre está fazendo o que sabe fazer de melhor: não investir, deixar as unidades caindo aos pedaços e com pouquíssimos funcionários para, com isso, justificar a terceirização.
E por falar nisso, a terceirização do ensino em Santos tem aumentado ano a ano. Cada vez mais as empresas, ONGs, associações e grupos religiosos atendem mais crianças e abocanham mais da verba da Secretaria de Educação. Já são 66 contratos que levam R$ 65,2 milhões dos cofres públicos.
Em Santos também tivemos uma tentativa de Lei nos moldes “Escola Sem Partido”. A aberração jurídica foi proposta pelo vereador Banha, aprovada pelos vereadores e sancionada pelo prefeito. Mas, após pressão dos servidores, pais e alunos, a Procuradoria Geral do Estado ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade e a Lei teve seus efeitos suspensos.
Ah, não se esquecendo, hoje é dia dos professores: PARABÉNS A TODOS! Desejamos muita saúde nesta LUTA de construir uma Educação pública de qualidade em Santos e no Brasil.