CORONAVÍRUS: QUALIDADE DAS MÁSCARAS DISTRIBUÍDAS EM SANTOS PREOCUPA
Profissionais da saúde que atuam em algumas unidades de Santos estão receosos quanto à qualidade das máscaras enviadas pela Prefeitura. Na dúvida sobre o grau de proteção, alguns deles estão utilizando duas máscaras para trabalhar, uma por cima da outra.
O material parece ser bastante fino e mais transparente que outras máscaras cirúrgicas.
Por causa da demanda mundial por equipamentos de proteção individual, diversas cidades brasileiras enfrentam problemas para comprar e distribuir os itens como máscaras, luvas, gorros e aventais para trabalhadores que seguem atuando em atividades essenciais.
Ao longo do mês de março, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos (Sindserv) chegou a encaminhar ao Ministério Público do Trabalho denúncias de falta de EPIs em alguns setores da Prefeitura que não pararam.
O órgão de fiscalização do trabalho divulgou que, somente entre os dias 18 e 25 de março, recebeu mais de 2.400 denúncias de violações trabalhistas relacionadas à Covid-19 em todo o país. O MPT em São Paulo, que abrange a Capital, Grande ABC e a Baixada Santista registrou mais de 350 denúncias.
Ao todo, as irregularidades relatadas acerca da Covid-19 já motivaram a abertura de mais de 220 inquéritos civis espalhados pelas 24 unidades regionais. O MPT continua recebendo denúncias, por meio do site ou pelo aplicativo do órgão.
Por sua vez, a Prefeitura divulgou na semana passada que apenas em março foram adquiridas cerca de 3 milhões de unidades de materiais: luvas (tamanhos P, M e G), máscaras cirúrgicas descartáveis, máscaras N95, máscaras respirador facial, aventais descartáveis, aventais com barreira viral descartáveis, gorros descartáveis, óculos de proteção individual, sapatilhas descartáveis e máscaras de acetato para proteção individual.
E A CÂMARA ?
Os vereadores de Santos continuam fazendo o de sempre: mandando requerimentos e indicações para o Executivo. Também formaram uma comissão para “acompanhar” as ações de enfrentamento à doença.
As sessões ordinárias seguem por vídeo conferência por tempo indeterminado.
Em velocidade mais acelerada trabalha o vírus. Até a última sexta (último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde), Santos contabilizava 4 óbitos confirmados por Coronavírus.
Outras 16 mortes suspeitas de Covid-19 seguem em investigação, incluindo as de dois funcionários. Por trabalharem em setores essenciais, eles não foram transferidos para isolamento social.
Um dos funcionários que faleceu tinha 49 anos, era terceirizado e trabalhava na UPA Central. O técnico de enfermagem Luiz Eduardo Ayres Ramos, conhecido pelos amigos como Dinho, faleceu na última sexta-feira (3).
Outro falecimento registrado neste fim de semana foi o do servidor municipal João Carlos de Carvalho, de 59 anos. Ele atuava no setor ligado à folha de pagamento dos servidores, na Secretaria de Gestão.
O último boletim indicou 96 casos confirmados e 374 suspeitos. Ao todo 82 pessoas estão internadas, sendo 24 em UTIs.