Mulheres preparam Ato para o Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora, na quarta, 8 de março
As atividades começam a partir das 17h e o ato às 19 horas, na Estação da Cidadania de Santos. O mote “Mulheres nas ruas em defesa da democracia. Punição aos golpistas e racistas” denuncia a redução de direitos e as lutas necessárias para manter a democracia e garantir a recuperação do País. Organizado pela Frente Feminista da Baixada Santista, o ato contará com a participação de mulheres artistas da região, microfone aberto para as mulheres e espaço para que as mães tragam suas crianças.
No dia 8 de março de 2023, as mulheres estarão novamente nas ruas para dizer à Baixada Santista, ao Estado de São Paulo e ao Brasil que este é nosso palco e não será lugar para atos fascistas, machistas, racistas e LBTfóbicos e antidemocráticos.
As atividades terão início com concentração a partir das 17 horas, seguida de ato, às 19 horas, na Estação da Cidadania de Santos (Avenida Ana Costa, 340, Vila Mathias).
As palavras de ordem presentes na pauta das mulheres e as falas das representantes dos movimentos sociais, coletivos, sindicatos e partidos serão intercaladas com as apresentações culturais. Mulheres artistas da Cidade estarão colaborando com a reflexão sobre a vida das mulheres, a violência doméstica, o feminicídio, o estupro e a violência política.
A Frente Feminista da Baixada Santista elaborou um manifesto que diz: Nós, mulheres, somos resistência contra o fascismo e denunciamos o retrocesso dos direitos da população, em especial das mulheres periféricas e negras.
Nós, mulheres, organizadas em nossos territórios, nos movimentos sociais, em sindicatos de trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade, fomos vitais à vitória de Lula, para derrotarmos o fascismo e defendermos a Democracia.
No entanto, entendemos que a democracia só será plena quando garantir os direitos e a participação das mulheres e da classe trabalhadora nas decisões políticas e em todos os espaços da sociedade.
Violência política – Segundo dados globais da ONU, 82% das mulheres já sofreram violência psicológica; 45% foram vítimas de ameaças e 20% de assédio sexual. No Brasil, relatório do Instituto Alziras revelou que 53% já sofreram violência política de gênero e 23% tiveram suas falas ou trabalho desmerecidos pelo fato de serem mulheres.
Feminicídio e estupro – Em 2022 Na Baixada Santista foram 461 estupros, sendo 354 de vulneráveis. No Estado de São Paulo, a cada dois dias uma mulher foi vítima de feminicídio, um aumento de 69,2% e um total de 187 mortes. Em relação ao estupro, foram registrados mais de um estupro por hora, de acordo com a Secretaria de Segurança do Estado. No Brasil os casos de feminicídios e ameaças não têm sido diferentes. Só no primeiro semestre foram 699 mulheres vitimadas, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em São Paulo, foram 75248 denúncias, o que representa oito ocorrências/hora.
Representantes da Frente Feminista da Baixada Santista afirmam que a luta feminista é uma luta de emancipação de toda sociedade. Somos diversas e seguimos juntas para defender nossos direitos e nosso país, nosso lugar de fala! Nossos desafios são grandes, mas nós venceremos! Por nossas vidas, por todas aquelas que vieram antes de nós, por aquelas que ainda virão, somos resistência! E continuaremos nas ruas defendendo a Democracia e exigindo punição para bolsonaristas, fascistas e golpistas! Rejeitamos qualquer perdão e continuaremos dizendo SEM ANISTIA para golpistas e fascistas!
Concentração, ato e atividades culturais
A partir das 17 horas as mulheres e companheiros se encontram para organizar o espaço que receberá as crianças levadas pelas mães que participarão do ato, com início às 19 horas, em frente à Estação da Cidadania de Santos (Avenida Ana Costa, 340, Vila Mathias/Santos).
Durante a atividade o microfone estará aberto para a manifestação das mulheres presentes. As falas serão intercaladas com as apresentações culturais.
Sobre o 8 de março
Vários protestos e greves já ocorriam na Europa e nos Estados Unidos desde a segunda metade do século XIX. A maioria deles reivindicavam melhorias nas condições de trabalho nas fábricas e a concessão de direitos trabalhistas e eleitorais para as mulheres.
Em 1910, em Copenhague, no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, Clara Zetkin, membro do PC Alemão, propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher (sem estipular uma data) para possibilitar que o movimento operário pudesse dar maior atenção à causa das mulheres trabalhadoras.
O incêndio de 25 de março de 1911 (onde 125 mulheres e 21 homens morreram queimadas num incêndio numa fábrica) viria a ser sugerido, nos EUA, como dia simbólico das mulheres como sugerido por Clara Zetkin.
O movimento feminista e as demais associações de mulheres em 08 de março de 1917, na Rússia, realizam uma primeira marcha por direitos.
A partir dos anos 1960, a comemoração do dia 8 de março já tinha se tornado tradicional sendo oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) apenas em 1975, declarando o Ano Internacional das Mulheres, e o dia 8 como destinado a ações voltadas ao combate das desigualdades e discriminação de gênero em todo mundo.
É importante afirmar que o Dia Internacional da Mulher não foi criado por influência de uma tragédia, mas sim por décadas de engajamento político das mulheres pelo reconhecimento de sua causa.