SALVE O 1º DE MAIO, DIA DE LUTA E NÃO DE FESTA
O Primeiro de Maio é uma data que surgiu da luta dos trabalhadores pela jornada de trabalho de oito horas diárias à época em que se trabalhava até dezesseis horas por dia e na qual os direitos sociais não passavam de um sonho.
E é com esse espírito de muita luta dos que vieram antes de nós que passamos por mais um Dia do Trabalhador, convictos de que não há motivos para comemorações, mas sim para renovar o ânimo para as duras batalhas que virão.
No plano internacional a extrema-direita se faz presente, inclusive com genocídio sionista financiado pelo imperialismo norte-americano. Não bastasse o nazifascismo continuar expresso nas ruas e nas urnas de vários países, o bolsonarismo, sua versão tupiniquim, segue em governos de Estado, como o de São Paulo, nas redes sociais e nas ruas.
No Brasil, o governo de Lula e Alckmin não avança nas pautas de interesse da nossa classe. Pelo contrário, se rende cada vez mais às negociações com setores empresariais. É só lembrar do novo teto de gastos, da entrega de diversos ministérios como moeda de troca e da autorização para a privatização de empresas e presídios. Nada de revogação das contrarreformas trabalhista e da previdência!
No Estado de São Paulo temos um governador ultraconservador no plano moral e ultraliberal na administração pública. Tarcísio de Freitas é obcecado pela privatização do patrimônio público. A privatização da Sabesp, a maior empresa prestadora de serviços de saneamento das Américas, será entregue a empresas privadas, cujo interesse será, obviamente, maximizar a transferência de lucros a seus acionistas em detrimento da garantia de acesso à água e ao esgotamento sanitário para as fatias mais empobrecidas da população, em especial as que vivem em favelas e comunidades urbanas ou isoladas. E esta é só uma das frentes de privatização na lista do governo.
Em Santos, a terceirização só aumenta. As políticas públicas e os servidores são alvos de ataques com retirada de direitos, falta de condições de trabalho e precarização do atendimento prestado à população. Tudo isso, em grande medida, com muito assédio moral e consequente adoecimento dos trabalhadores.
E é nesse horizonte de desmonte das políticas públicas que os governos pretendem inserir cada vez mais no serviço público a lógica do sistema de meritocracia da iniciativa privada. Em toda a Baixada Santista tem sido assim: prefeituras arrochando o poder de compra dos servidores municipais, como demonstraram os rebaixamentos salariais resultantes das últimas campanhas salariais e, ao mesmo tempo, impondo metas inalcançáveis diante de recursos humanos e materiais insuficientes ou até inexistentes.
Num mecanismo perverso, é a partir da destruição contínua do serviço público – responsabilidade dos próprios governos – que os prefeitos e governadores disseminam uma forte propaganda contra as empresas públicas e os servidores. O objetivo é nítido: beneficiar o capital privado, ampliando a terceirização e as privatizações.
Mesmo reconhecendo a resistência da classe trabalhadora por meio de greves em várias categorias de várias cidades, ramos e níveis da administração pública, sabemos que comemorar o 1º de Maio em clima de festa com membros do governo e da burguesia unidos entre shows, discursos em estádios de futebol e sorteios de brindes significa uma completa descaracterização deste dia. Mais do que isso, significa ofender o histórico de lutas de nossos antecessores.
Eventos como estes não organizam os trabalhadores para a luta por uma simples razão: os governos e os patrões são inimigos porque estão em campos opostos na luta de classes. Por isso os trabalhadores e os servidores públicos, em particular, não têm nada a comemorar, muito menos com aqueles que têm uma política de corte de direitos apoiados pelas centrais sindicais governistas e pelegas.
SÓ A LUTA COLETIVA MUDA A VIDA!