Mesmo com governo tentando dificultar, trabalhadores e sindicato entregaram laudo das cozinha à Justiça
O governo bem que tentou dificultar a inspeção do SINDSERV nas cozinhas, porém, o sindicato conseguiu entregar no prazo a listagem com todos os problemas de todas as Cozinhas da Prefeitura de Santos para o Tribunal de Justiça do Estado de SP.
Mesmo sabendo que a inspeção foi acordada na Justiça e que o sindicato estava com o prazo apertado para realizar a vistoria, a Secretaria de Educação tentou criar empecilhos.
Primeiro mandou comunicado para todas as direções de escola mandando que não abram as cozinhas para a fiscalização do SINDSERV, que apenas agendem uma visita. Além disso, que as cozinheiras não poderiam preencher os questionários durante o horário de trabalho. Tais medidas impossibilitariam a inspeção das cozinhas no tempo estipulado na audiência de conciliação.
Outra medida do governo foi tentar constranger as cozinheiras mandando algumas direções de escolas xerocarem os questionários do sindicato já preenchidos pelas trabalhadoras.
A última cartada do governo foi mandar as nutricionistas fazerem uma espécie de inspeção paralela a realizada pelo sindicato. Munidas de um questionário praticamente idêntico ao do SINDSERV, as colegas foram instruídas a irem nas cozinhas e preencher o questionário sem perguntar nada para quem de fato conhece o ambiente e sabe os problemas do local.
Apesar das tentativas anti-sindicais, o governo não conseguiu intimidar as cozinheiras. Não entendemos essas medidas já que, além de um acordo judicial, nessas vistorias detectamos os problemas e sua posterior resolução dos mesmos pelo governo só tem a beneficiar os alunos atendidos, pois os trabalhadores realizarão seu trabalho com maior eficiência desde que o governo faça sua parte com eficácia.
Raio X das cozinhas
Além de indicar 20% das cozinhas prioritárias para intervenção por parte da Prefeitura, o SINDSERV entregou na mão do juiz quais são exatamente os problemas de cada cozinha. Esse relatório só foi possível porque as próprias cozinheiras protagonizaram o processo de fiscalização em não se intimidaram com as investidas do governo.
Geladeira cheia de ferrugem (quebrou no dia seguinte da foto):
Fezes de pombo na bancada onde as crianças pegam comida:
Fogão com defeito dá trabalho extra para os funcionários:
Equipamentos sem manutenção:
Com a posse dos questionários, agrupamos os problemas em 11 grupos e listamos todas as cozinhas que se enquadram nele, veja:
– Problemas no funcionamento dos Fogões (63 cozinhas);
– Problemas de Equipamento de Proteção Individual – EPI (81 cozinhas);
– Problemas de Ergonomia (61 cozinhas);
– Problemas com a instalação do Gás (16 cozinhas);
– Problemas com Extintores (20 cozinhas);
– Problemas com Ventilação (65 cozinhas);
– Problemas com Coifas (69 cozinhas);
– Problemas com o Piso (40 cozinhas);
– Problemas com Elétrica (36 cozinhas);
– Problemas com Fossas (21 cozinhas);
– Problemas com os Móveis (46 cozinhas).
Pressão já começou a surtir efeito
Materiais, que antes eram escassos, começaram a chegar nas escolas:
Alguns fogões com vazamento de gás começaram a ser consertados:
Trabalhadores da cozinha continuam mobilizados!
As(os) Cozinheiras(os), Merendeiras e Ajudantes de Cozinha continuam na luta! Agora estão convidando a população a visitar as cozinhas da Prefeitura de Santos para que o próprio munícipe seja testemunha dos problemas enfrentados pelos servidores no dia-a-dia.
Com panfletagens em locais de grande circulação, os funcionários municipais estão estreitando os laços com a população e mostrando que o movimento continua vivo.
Alguns flagrantes que a população poderá presenciar: