Show de autoritarismo marca sessão na Câmara
Em sessão extraordinária na tarde de segunda-feira (16/12), a mando de Paulo Alexandre Barbosa e do presidente da Câmara, Sadao Nakai, vereadores tentaram fazer as votações sem a presença da população nas Galerias. Servidores, entidades e população tiveram que enfrentar um batalhão de Guardas Municipais para participar das "discussões" na "Casa do Povo". E mesmo assim a Mesa Diretora da Câmara teve a cara de pau de anunciar à imprensa que não foi montado nenhum esquema especial para essa sessão.
Sob ordens do coronel e secretário municipal de Segurança, Sérgio Del Bel, do tenente-coronel da PM e secretário da GM, Flávio de Brito Júnior, e do subcomandante da GM, Nelson Pinto Rema Jr, a Guarda Municipal proibiu o acesso dos servidores em quatro pontos diferentes (entrada do Castelinho, portas para as escadarias e mais duas portas de vidro). Entretanto, os servidores venceram a truculência e conseguiram garantir presença no plenário onde os vereadores tentavam votar as escondidas.
Mesmo com toda a confusão do lado de fora, os vereadores, na maior caradura, deram continuidade aos "trabalhos". Aprovaram sem pestanejar, em segunda votação, o projeto que permite o prefeito entregar praticamente todos os equipamentos públicos municipais para as Organizações Sociais (OSs). De autoria do prefeito Paulo Alexandre Barbosa, filho do último interventor da Ditadura na cidade de Santos, o Projeto de Lei obteve 14 votos favoráveis, 5 contrários e uma abstenção.
Durante a votação, muita revolta dos munícipes e servidores presentes por toda a violência que tiveram que enfrentar para acompanhar a sessão. Muita revolta também com a tentativa por parte da chefia de provocar confusão no auditório colocando os Guardas entre os manifestantes. Guardas Municipais (que também são funcionários públicos e também serão diretamente atingidos pelas OSs e privatizações) foram usados para intimidar os manifestantes, enquanto os vereadores votavam arbitrariamente o projeto de terceirização e privatização sem nenhuma consulta à sociedade santista.
16 de dezembro de 2013 ficará marcado na história da cidade de Santos. Tanto pela violência empregada contra os servidores e munícipes na tentativa de barrar a entrada na sede do Legislativo, quanto como um marco na entrega de TODOS os bens públicos administrados pela Prefeitura.