Agressão no Pedro Crescenti, a gota d’água da precarização do trabalho
A agressão sofrida por uma professora na Unidade Municipal de Educação Pedro Crescenti tem que ser encarado não somente como mais um sintoma das péssimas condições de trabalho (enfrentada por quase todos os professores municipais de Santos), mas sim como a gota d’água para que a administração municipal encare esse grave problema seriamente.
Média de 32 alunos por sala, falta de professores e funcionários, estrutura da escola caindo aos pedaços e apenas dois funcionários de uma equipe técnica que deveria ter quatro: Essa é a realidade do Pedro Crescenti. E no Centro de Valorização da Criança, órgão da Secretaria de Saúde onde era atendido o menino que fez a agressão, a falta de funcionários também é um problema. Com tanta demanda, o acompanhamento junto as famílias que não retornam tem que ficar em segundo plano, como no caso deste aluno
Durante o final de semana, diretores do SINDSERV entraram em contato com a professora que está muito abalada. Segunda-feira, o sindicato esteve na escola durante todo o dia para fazer o CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho), conversar com os funcionários e, principalmente, COBRAR providências do Governo. A Secretária da Educação também esteve no local e refez uma antiga promessa da Prefeitura: Demolir toda a escola e construir uma nova.
Precisou de um episódio desse nível para o governo se mexer. Se a promessa sair do papel dessa vez, irá realmente melhorar as condições de trabalho dos funcionários e professores, ajudando consequentemente o aprendizado dos alunos. Mas… e a falta de professores e funcionários? E a proporção Professor/Aluno por sala de aula? E a falta de professores para os alunos com necessidade de acompanhamento específico? Vai continuar a mesma situação que gerou este fato lamentável?