Carta aos TRABALHADORES da EDUCAÇÃO sobre as AULAS PRESENCIAIS
Em apenas 1 mês e meio de aulas presenciais, só na rede municipal já perdemos 3 colegas! Nas particulares foram pelo menos mais 2 professoras mortas. Internações de crianças dispararam em todo o Brasil. Ao todo, 72 servidores do estado de SP morreram. Isso sem contar os familiares dos servidores e alunos que adoeceram e/ou vieram a óbito.
Pedagogicamente também não houve avanço, pois as aulas remotas foram desqualificadas com essa forma híbrida, já que as aulas presenciais acontecem em duração insignificante para o aluno e perigosas diante da pandemia. O único que ganhou com o ensino presencial foi o vírus, que se alastrou, contaminou a muitos e matou com a desastrosa reabertura das escolas para aulas presenciais durante o maior pico de toda a pandemia.
NOS ATACAM
Empresários e políticos fazem de tudo para envenenar a população de ódio contra os trabalhadores educação (veja quem está por trás do @escolas.abertas aqui, por exemplo).
Espalham mentiras como se não estivéssemos trabalhando em toda a pandemia, como se agora estivéssemos todos vacinados, como se as aulas presenciais garantissem alimentação adequada para as crianças, etc (fakes desmentidas aqui).
NOSSA RESPONSABILIDADE
É difícil reverter tanta desinformação, mas não podemos assistir calados mais contaminações e mortes. Não há como oferecer nenhuma segurança sanitária com a retomada das aulas presenciais.
Sabemos que para frear o avanço do vírus, toda a sociedade precisa realizar coletivamente algumas ações combinadas e nós, educadores, temos o dever de divulgá-las. É nosso papel dialogar com o maior número de pessoas, principalmente com os pais e responsáveis por nossos alunos para que possamos:
1) Divulgar a posição da categoria para todos os membros das comunidades escolares de que neste momento não devemos ministrar aulas presenciais e que o trabalho presencial deve limitar-se ao encaminhamento de questões administrativas que não possam ser resolvidas pelo trabalho remoto, pois os índices de contaminações e mortes em toda a cidade continuam crescendo;
2) Incentivar todos os munícipes a participarem ativamente da campanha de vacinação e a propagandear a sua importância;
3) Denunciar o lento e descontínuo processo de imunização, reivindicando das autoridades por todos os meios possíveis a compra e a produção de vacinas para todos, como já ocorre em diversos países com muito menos recursos para importar, produzir e aplicar vacinas do que o Brasil;
4) Fortalecer as lutas pelo retorno do auxílio emergencial federal e de quaisquer outros auxílios financeiros estaduais e municipais para os setores mais vulneráveis da sociedade e participar das campanhas de solidariedade aos que mais necessitam;
5) Manter as atuais medidas adotadas até agora para reduzir a circulação do vírus entre as pessoas, tais como: exercer e promover as medidas de distanciamento físico, o uso de máscaras, termômetro, tapete sanitizante e a utilização do álcool gel e zelar para que todos adotem estes procedimentos de segurança;
6) Comunicar todos os casos de contaminação ou de suspeitas de contaminação a todos os membros das comunidades escolares e ao sindicato, pois a informação e a notificação são fundamentais no combate ao vírus;
7) Convocar e debater nos CONSELHOS DE ESCOLA e promover ASSEMBLEIAS (preferencialmente virtuais), com a mais ampla participação das comunidades, para debater o modelo de ensino presencial proposto e reavaliado, levando em consideração os problemas de evasão, de contaminação e de qualificação do ensino remoto e as diversas formas de enfrentá-los.
Tais ações são fundamentais para reduzir a exposição ao vírus e os trabalhadores de educação têm um papel fundamental neste momento tão difícil, pois a nossa omissão poderá custar vidas!