Gráfico compara a inflação acumulada com os reajustes acumulados desda época do Beto Mansur, mostrando que há uma defasagem salarial de 40,3%.

11% DE REAJUSTE, E DAÍ? OLHEMOS PARA O PASSADO DE GRAVES PERDAS HISTÓRICAS

Balanço da Campanha Salarial (parte 2 de 5)

Os servidores municipais de Santos acumulam enormes perdas do poder de compra dos salários. Esse processo de corrosão, de rebaixamento salarial, se agravou radicalmente a partir do governo Beto Mansur.

Durante aqueles 8 anos de Mansur (o fazendeiro denunciado por trabalho escravo) recebemos no primeiro ano um reajuste deixado pelo governo Capistrano e em seguida ficamos 7 anos sem receber um único centavo de reposição da inflação que corroía os salários. Naqueles 7 anos perdemos metade do salário, o que resultou em um empobrecimento radical da maioria da categoria.

Nos governos do Papa tivemos mudança de direção no SINDSERV e mobilização da categoria, conseguimos repor a inflação nas negociações salariais anuais e conseguimos também criar e implantar o Plano de Carreira que temos hoje.

O tucano Paulo Alexandre, que sucedeu Papa, pretendia repetir o ataque feito por Mansur: nos dois primeiros meses do primeiro governo tentou impor um zero nos servidores. A categoria fez uma potente greve de um dia, que paralisou a Prefeitura e, pelo menos, a reposição da inflação nos salários o tucano teve que conceder. Nos três anos seguintes, como resultado do susto que o tucano tomou com aquele dia de greve, conquistamos a reposição inflacionária ano a ano. No entanto, o tucano foi fazendo outros ataques, terceirizando as maiores unidades da saúde, entre outros.

Paulo Alexandre se reelege e novamente tenta impor a fórmula Mansur de destruição dos salários. A categoria se mobilizou e realizou a maior greve (42 dias) tanto da história dos servidores de Santos, quanto da Baixada Santista. Os descontos feitos pelo Paulo Alexandre desmotivaram a categoria, mas a atitude intransigente do prefeito não conseguiu manchar a vitoriosa greve. Na prática, por conta da greve saímos do ZERO% e alcançamos 5,35%, valor muito superior aos descontos. Também foi a lembrança viva da greve que garantiu a reposição inflacionária nos dois anos subsequentes. Porém, no último ano de governo, o tucano aproveitou a pandemia e deu o golpe na categoria nos deixando sem reajuste salarial.

O balanço dos 24 anos dos governos Mansur, Papa e Paulo Alexandre revela que os salários dos servidores perderam metade, ou mais, do poder de compra que tínhamos antes.

Ano Reajuste Inflação
1997 (Beto Mansur PPB/PP) 10,51% 9,39%
1998 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 4,73%
1999 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 1,65%
2000 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 8,85%
2001 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 5,92%
2002 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 7,62%
2003 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 14,47%
2004 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 7,71%
2005 (Papa PMDB) 8,00% 7,41%
2006 (Papa PMDB) 6,00% 5,70%
2007 (Papa PMDB) 4,00% 2,99%
2008 (Papa PMDB) 7,00% 4,56%
2009 (Papa PMDB) 6,00% 5,84%
2010 (Papa PMDB) 6,50% 4,59%
2011 (Papa PMDB) 7,00% 5,99%
2012 (Papa PMDB) 7,00% 6,22%
2013 (Paulo Alexandre PSDB) 8,00% 6,15%
2014 (Paulo Alexandre PSDB) 7,50% 5,59%
2015 (Paulo Alexandre PSDB) 8,00% 7,14%
2016 (Paulo Alexandre PSDB) 11,00% 10,71%
2017 (Paulo Alexandre PSDB) 5,35% 5,35%
2018 (Paulo Alexandre PSDB) 3,00% 2,86%
2019 (Paulo Alexandre PSDB) 3,90% 3,78%
2020 (Paulo Alexandre PSDB) 0,00% 4,19%
2021 (Rogério Santos PSDB) 0,00% 4,56%
2022 (Rogério Santos PSDB) 10,06% 10,38%
2023 (Rogério Santos PSDB) 11,00% 5,77%
Total acumulado 129,82% 170,12%
Diferença -40,30%

Balanço da Campanha Salarial 2023:

- PARTE 1: Recuperamos parte das perdas, governo poderia quitar tudo;
- PARTE 2: Perdas históricas;
– PARTE 3: O terceiro governo tucano em Santos e o “milagre” dos 11%;
– PARTE 4: Houve mobilização nessa Campanha Salarial de 2023?;
– PARTE 5: O mito da divisão entre os sindicatos.