11% DE REAJUSTE, E DAÍ? OLHEMOS PARA O PASSADO DE GRAVES PERDAS HISTÓRICAS
Balanço da Campanha Salarial (parte 2 de 5)
Os servidores municipais de Santos acumulam enormes perdas do poder de compra dos salários. Esse processo de corrosão, de rebaixamento salarial, se agravou radicalmente a partir do governo Beto Mansur.
Durante aqueles 8 anos de Mansur (o fazendeiro denunciado por trabalho escravo) recebemos no primeiro ano um reajuste deixado pelo governo Capistrano e em seguida ficamos 7 anos sem receber um único centavo de reposição da inflação que corroía os salários. Naqueles 7 anos perdemos metade do salário, o que resultou em um empobrecimento radical da maioria da categoria.
Nos governos do Papa tivemos mudança de direção no SINDSERV e mobilização da categoria, conseguimos repor a inflação nas negociações salariais anuais e conseguimos também criar e implantar o Plano de Carreira que temos hoje.
O tucano Paulo Alexandre, que sucedeu Papa, pretendia repetir o ataque feito por Mansur: nos dois primeiros meses do primeiro governo tentou impor um zero nos servidores. A categoria fez uma potente greve de um dia, que paralisou a Prefeitura e, pelo menos, a reposição da inflação nos salários o tucano teve que conceder. Nos três anos seguintes, como resultado do susto que o tucano tomou com aquele dia de greve, conquistamos a reposição inflacionária ano a ano. No entanto, o tucano foi fazendo outros ataques, terceirizando as maiores unidades da saúde, entre outros.
Paulo Alexandre se reelege e novamente tenta impor a fórmula Mansur de destruição dos salários. A categoria se mobilizou e realizou a maior greve (42 dias) tanto da história dos servidores de Santos, quanto da Baixada Santista. Os descontos feitos pelo Paulo Alexandre desmotivaram a categoria, mas a atitude intransigente do prefeito não conseguiu manchar a vitoriosa greve. Na prática, por conta da greve saímos do ZERO% e alcançamos 5,35%, valor muito superior aos descontos. Também foi a lembrança viva da greve que garantiu a reposição inflacionária nos dois anos subsequentes. Porém, no último ano de governo, o tucano aproveitou a pandemia e deu o golpe na categoria nos deixando sem reajuste salarial.
O balanço dos 24 anos dos governos Mansur, Papa e Paulo Alexandre revela que os salários dos servidores perderam metade, ou mais, do poder de compra que tínhamos antes.
Ano | Reajuste | Inflação |
1997 (Beto Mansur PPB/PP) | 10,51% | 9,39% |
1998 (Beto Mansur PPB/PP) | 0,00% | 4,73% |
1999 (Beto Mansur PPB/PP) | 0,00% | 1,65% |
2000 (Beto Mansur PPB/PP) | 0,00% | 8,85% |
2001 (Beto Mansur PPB/PP) | 0,00% | 5,92% |
2002 (Beto Mansur PPB/PP) | 0,00% | 7,62% |
2003 (Beto Mansur PPB/PP) | 0,00% | 14,47% |
2004 (Beto Mansur PPB/PP) | 0,00% | 7,71% |
2005 (Papa PMDB) | 8,00% | 7,41% |
2006 (Papa PMDB) | 6,00% | 5,70% |
2007 (Papa PMDB) | 4,00% | 2,99% |
2008 (Papa PMDB) | 7,00% | 4,56% |
2009 (Papa PMDB) | 6,00% | 5,84% |
2010 (Papa PMDB) | 6,50% | 4,59% |
2011 (Papa PMDB) | 7,00% | 5,99% |
2012 (Papa PMDB) | 7,00% | 6,22% |
2013 (Paulo Alexandre PSDB) | 8,00% | 6,15% |
2014 (Paulo Alexandre PSDB) | 7,50% | 5,59% |
2015 (Paulo Alexandre PSDB) | 8,00% | 7,14% |
2016 (Paulo Alexandre PSDB) | 11,00% | 10,71% |
2017 (Paulo Alexandre PSDB) | 5,35% | 5,35% |
2018 (Paulo Alexandre PSDB) | 3,00% | 2,86% |
2019 (Paulo Alexandre PSDB) | 3,90% | 3,78% |
2020 (Paulo Alexandre PSDB) | 0,00% | 4,19% |
2021 (Rogério Santos PSDB) | 0,00% | 4,56% |
2022 (Rogério Santos PSDB) | 10,06% | 10,38% |
2023 (Rogério Santos PSDB) | 11,00% | 5,77% |
Total acumulado | 129,82% | 170,12% |
Diferença | -40,30% |
Balanço da Campanha Salarial 2023:
- PARTE 1: Recuperamos parte das perdas, governo poderia quitar tudo;
- PARTE 2: Perdas históricas;
– PARTE 3: O terceiro governo tucano em Santos e o “milagre” dos 11%;
– PARTE 4: Houve mobilização nessa Campanha Salarial de 2023?;
– PARTE 5: O mito da divisão entre os sindicatos.