COMPARE: nossos reajustes X inflação (IPCA)

Os servidores municipais de Santos acumulam enormes perdas do poder de compra dos salários. Esse processo de corrosão, de rebaixamento salarial, se agravou radicalmente a partir do governo Beto Mansur.

Durante aqueles 8 anos de Mansur (o fazendeiro denunciado por trabalho escravo) recebemos no primeiro ano um reajuste deixado pelo governo Capistrano e em seguida ficamos 7 anos sem receber um único centavo de reposição da inflação que corroía os salários. Naqueles 7 anos perdemos metade do salário, o que resultou em um empobrecimento radical da maioria da categoria.

Nos governos do Papa tivemos mudança de direção no SINDSERV e mobilização da categoria, conseguimos repor a inflação nas negociações salariais anuais e conseguimos também criar e implantar o Plano de Carreira que temos hoje.

O tucano Paulo Alexandre, que sucedeu Papa, pretendia repetir o ataque feito por Mansur: nos dois primeiros meses do primeiro governo tentou impor um zero nos servidores. A categoria fez uma potente greve de um dia, que paralisou a Prefeitura e, pelo menos, a reposição da inflação nos salários o tucano teve que conceder. Nos três anos seguintes, como resultado do susto que o tucano tomou com aquele dia de greve, conquistamos a reposição inflacionária ano a ano. No entanto, o tucano foi fazendo outros ataques, terceirizando as maiores unidades da saúde, entre outros.

Paulo Alexandre se reelege e novamente tenta impor a fórmula Mansur de destruição dos salários. A categoria se mobilizou e realizou a maior greve (42 dias) tanto da história dos servidores de Santos, quanto da Baixada Santista. Os descontos feitos pelo Paulo Alexandre desmotivaram a categoria, mas a atitude intransigente do prefeito não conseguiu manchar a vitoriosa greve. Na prática, por conta da greve saímos do ZERO% e alcançamos 5,35%, valor muito superior aos descontos. Também foi a lembrança viva da greve que garantiu a reposição inflacionária nos dois anos subsequentes.

Porém, no último ano de governo, o tucano aproveitou a pandemia e deu o golpe na categoria nos deixando sem reajuste salarial. Além disso, nesse ano Paulo Alexandre aceitou que Bolsonaro e Paulo Guedes colocassem a “granada no bolso” dos servidores em troca do auxílio-emergencial federal por conta da pandemia (Lei Complementar Federal Nº 173, de 27 de maio de 2020). Com isso, os servidores de Santos também ficaram sem reajuste salarial em 2021.

Conseguimos recuperar as perdas da pandemia em 2022, 2023 e 2024. Mas as perdas da época do Mansur continuam e só a luta dos servidores pode reverter.

Fontes:

Ano Reajuste Inflação
1997 (Beto Mansur PPB/PP) 10,51% 9,39%
1998 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 4,73%
1999 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 1,65%
2000 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 8,85%
2001 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 5,92%
2002 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 7,62%
2003 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 14,47%
2004 (Beto Mansur PPB/PP) 0,00% 7,71%
2005 (Papa PMDB) 8,00% 7,41%
2006 (Papa PMDB) 6,00% 5,70%
2007 (Papa PMDB) 4,00% 2,99%
2008 (Papa PMDB) 7,00% 4,56%
2009 (Papa PMDB) 6,00% 5,84%
2010 (Papa PMDB) 6,50% 4,59%
2011 (Papa PMDB) 7,00% 5,99%
2012 (Papa PMDB) 7,00% 6,22%
2013 (Paulo Alexandre PSDB) 8,00% 6,15%
2014 (Paulo Alexandre PSDB) 7,50% 5,59%
2015 (Paulo Alexandre PSDB) 8,00% 7,14%
2016 (Paulo Alexandre PSDB) 11,00% 10,71%
2017 (Paulo Alexandre PSDB) 5,35% 5,35%
2018 (Paulo Alexandre PSDB) 3,00% 2,86%
2019 (Paulo Alexandre PSDB) 3,90% 3,78%
2020 (Paulo Alexandre PSDB) 0,00% 4,19%
2021 (Rogério Santos PSDB) 0,00% 4,56%
2022 (Rogério Santos PSDB) 10,06% 10,38%
2023 (Rogério Santos PSDB) 11,00% 5,77%
2024 (Rogério Santos PSDB) 8,00% 4,51%
Total acumulado 137,82% 174,63%
Diferença -36,81%

 

O GOVERNO INVESTE CADA VEZ MENOS NOS SERVIDORES

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) permite que a Prefeitura invista até 54% da Receita com os servidores. Se quiser ser cauteloso, a LRF também estabelece o limite prudencial de 51,30%.

A Prefeitura está muito longe disso. E se afasta cada vez mais. Ou seja, TEM DINHEIRO! Mas eles preferem gastar com as empresas terceirizadas. Temos que nos mobilizar para que o governo melhore essa proposta.

Compare agora o quanto o governo arrecada de dinheiro por ano e o quanto investe nos servidores. Veja que os servidores recebem cada vez menos proporcionalmente:

NÚMERO DE SERVIDORES

Com muita luta voltamos a recuperar o número de servidores de 2022 em diante. Porém, ainda está muito inferior do que já tivemos na Prefeitura e muito abaixo da real necessidade de atendimento para a população.